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Nem sempre ter cinco atacantes quer dizer que o time foi ofensivo
Tática com Jow

Escrevo sobre o que rola dentro das quatro linhas de um campo de futebol.

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Nem sempre ter cinco atacantes quer dizer que o time foi ofensivo

Coluna do João Marcos Blunck Vojnovic

Análise de Tática com Jow

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Nem sempre ter cinco atacantes quer dizer que o time foi ofensivo

Sylvinho não foi feliz na justificativa sobre seu time não ser defensivo

Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Eu considero a intenção a coisa mais importante para um treinador. Qual é a intenção ao atacar assim? Qual a intenção ao se defender dessa maneira? Essas são perguntas que eu me faço quando estou assistindo e fazendo o meu trabalho com análises. Por qual motivo o Corinthians atacou mais pelo lado direito? Qual era a intenção do Corinthians quando a bola chegava no Fagner?

Você, talvez, deve ter visto o episódio envolvendo o repórter Rodrigo Vessoni e o técnico Sylvinho após a vitória do Corinthians contra o Santo André. Vessoni perguntou o motivo do Corinthians ter baixado tanto as linhas e por que o time atuou como defensivo. Então, Sylvinho respondeu que a análise do Vessoni foi muito pobre e que, na verdade, o time foi ofensivo.

Eu já achei um erro enorme ali, pois realmente o Corinthians baixou as linhas e foi um time que se defendeu a maior parte do tempo. Mas para mim, o problema vem na justificativa do Sylvinho quando ele diz que o time foi ofensivo por causa da escalação do GP e do Mosquito, e depois ainda complementa mostrando o número da posse de bola.

E aí que eu entro no mérito da intenção. Primeiro, vamos falar da escalação. Nem sempre empilhar atacantes é sinônimo de um time ofensivo. Tudo depende da intenção da escalação. Assim como, nem sempre escalar um time com três volantes é sinônimo de um time defensivo. Quer ver um exemplo bem claro? O Liverpool é um time que joga em um 4-3-3 com um falso 9, sendo que os três meias são volantes (Fabinho, Henderson, Thiago ou Keita). Mas alguém diz que o time do Klopp é defensivo? Não, pois a intenção vale bem mais que qualquer posição.

A justificativa da posse de bola também me irritou. Nem sempre ter a bola é sinônimo de que o time chegou mais ao ataque que o adversário. Existe a posse de bola agressiva que é aquela que busca criar dinâmicas e atacar a todo momento, mas também existe a posse de bola como uma forma de se defender. Não é ruim essa. Pelo contrário, é muito boa também. Mas, é essa que parece que o Corinthians pratica mais. Aquela posse em U, posse estéril, inofensiva que não é uma posse de bola que dá para falar que o time foi ofensivo.

No final das contas, eu pergunto: qual é a intenção do Corinthians com a posse de bola e também com os atacantes escalados? Nem sempre isso é sinônimo de um time ofensivo.

Pior que o jogo, só a entrevista.

Veja mais em: Sylvinho.

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Coluna do João Marcos Blunck Vojnovic

Por João Marcos Blunck Vojnovic

Estudioso e apaixonado por tática e todas as suas variações.

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