Escrevi sobre Cássio em 2021, parece que o texto é de hoje
Opinião de Juliano Barreto
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Apesar de entender que ser corinthiano e sofrer são duas coisas que raríssimas vezes andam separadas, é duro ver que a situação do clube era péssima em 2021 e continua péssima, se não pior, em 2024.
Então treinado por Vagner Mancini, o Timão daquela época geralmente entrava em campo com jogadores do naipe de Roni, Cazares, Mateus Vital, Otero e Angelo Araos.
Todo mundo sabia que com um elenco fraco daqueles, o time não iria muito longe. Por isso, mesmo com a temporada já iniciada, a torcida clamava por uma reformulação profunda na equipe e dei meu pitaco no post “Negociar Cássio pode ser primeiro passo para uma reformulação profunda e necessária”.
O camisa 12 recebeu proposta para ir para o Grêmio, e tanto em 2021 quanto agora, sou totalmente a favor da saída do Gigante.
Na época, fiz uma comparação com a saída do Ronaldo Giovanelli em 1998*. Eu gosto muito do Ronaldo, eu gosto muito do Cássio. Mas eu gosto mais do Corinthians.
Escrevo hoje só para lembrar que a situação do Cássio já não é boa faz bastante tempo. Sei que um dos argumentos para falar da possível saída dele em 2024 é “ter gratidão” ou “ele ser o maior jogador da história do Corinthians”. Sei que ele merece respeito, mas sei também que time de futebol não pode ter jogador que se acha acima do clube.
Reli meu texto e deu vontade de postar tudo de novo, só mudando o ano.
Veja se você concorda ou não?
“Ronaldo, em 1998, apesar de veterano, não era nem de longe um mau goleiro. Muito pelo contrário! Ele continuava a salvar o time em jogos difíceis e se comportava como um líder nato -- usando a braçadeira de capitão ou não. Podia até falhar, mas sempre havia o atenuante de estar jogando em um time bagunçado, sem esquema tático definido e sem uma defesa decente para protegê-lo. Basicamente, a mesma situação de Cássio em 2020/2021"
(Aqui dá para atualizar e colocar 2020, 2021,2022, 2023, 2024…)
“A resposta está menos no que acontece em campo e mais no que acontece fora. Jogadores com muito tempo “de casa” tendem a ficar próximos demais da diretoria e longe demais dos outros companheiros de elenco. Prova disso são as repetidas declarações dos medalhões do Corinthians atual dizendo algo do tipo "não tenho que provar mais nada para ninguém", “a torcida precisa respeitar o meu passado” ou “o time precisa se reforçar se quiser melhorar”.
(De lá pra cá, vimos Fágner, Fábio Santos, Gil, Jô e mais alguns outros ganhando muito, jogando pouco, e repetindo esse papinho. Cássio reclama das críticas, mas a cada bola recuada para ele, é um “Deus nos acuda”. Se você já esqueceu a reposição de bola ridículo que resultou no primeito gol do São Paulo na semi da Copa do Brasil de 2022. Eu não esqueci.)
"Se for para dizer "não tenho mais nada a provar” ou culpar a torcida por criticar demais, melhor dar a vez para alguém que tenha vontade de se doar totalmente pelo clube. Os jogadores passam, mas o Corinthians fica."
Muito obrigado, Cássio! Já vai tarde!
Ps. Preciso corrigir o texto de 2021 porque na época escrevi que o goleiro-roqueiro foi dispensado antes da pré-temporada, mas recentemente ele revelou que primeiro foi colocado para treinar separado e só depois, quando quase saiu na porrada com Luxemburgo, foi de fato “liberado” para ir embora. Nos comentários daquele post, tinha gente contando essa versão da história, mas não mudei meu texto porque até então o próprio Ronaldo nunca tinha contado os detalhes da sacanagem que fizeram com ele. Quem tiver curiosidade de saber a verão dele, pode assistir esse trecho do ótimo podcast Alambrado Alvinegro.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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