A grande notícia do recesso corinthiano é a permanência em definitivo de Yuri Alberto. O que poucos lembram é que, um ano antes de o Corinthians comprar o camisa 9 do Zenit, o Palmeiras também fez uma oferta para contratá-lo em definitivo.

Mas como um Corinthians hoje endividado e sem o mesmo poder financeiro do Palmeiras conseguiu contratar um centroavante de 21 anos que há menos de um ano custou R$ 120 milhões ao Zenit? O Timão contou com uma pitada de sorte e com criatividade na hora de negociar.

Em dezembro de 2021, o portal UOL noticiou que, para comprar Yuri Alberto, o Palmeiras cogitava oferecer R$ 64 milhões ao Internacional mais um pacote de quatro jogadores (o lateral-esquerdo Victor Luís, o zagueiro Kuscevic, o volante Matheus Fernandes e o atacante Luiz Adriano).

A pitada de sorte corinthiana se deu na mudança de cenário ao longo de 2022. Hoje vinculado ao Zenit, Yuri Alberto não reforça um rival do clube russo ao se transferir para o CT Joaquim Grava. Tal fator pesou para o Internacional descartar a venda de seu artilheiro ao Palmeiras na época.

Também ajuda a boa relação que o Corinthians tem estabelecido com o Zenit, por intermédio de empresários, durante as negociações recentes de Ivan, Mantuan e agora Robert Renan e Du Queiroz. A ver, em balanços financeiros lá na frente, a que custo se deu esse intermédio de empresários.

Mas o "pulo do gato" do Corinthians nas tratativas se deu mesmo com a criatividade na hora de negociar.

Os russos chegaram ao Brasil semana passada dispostos a antecipar a volta de Yuri Alberto para o Zenit. E no fim o Timão conseguiu a permanência em definitivo em troca dos também jovens Robert Renan e Du Queiroz - que dificilmente renderiam um dia aos cofres corinthianos o valor de "um Yuri Alberto".

Ponto para o Corinthians, que colocou na mesa nomes atraentes e não "restos" do elenco como tentou fazer o Palmeiras com o Internacional há um ano.

Também faz parte do bem bolado a divisão de direitos econômicos do próprio Yuri Alberto e de Robert Renan e Du Queiroz, em partes ainda não confirmadas nem por Corinthians nem por Zenit.

Mais uma vez ponto para o Corinthians, que não precisou oferecer os R$ 64 milhões em espécie oferecidos pelo arquirrival e mesmo assim encaixou em seu orçamento a compra de "parte" do Yuri Alberto.

Importante também lembrar como tudo começou: um empréstimo que posteriormente se transformou em negociação por compra definitiva, num modelo que tem dado muito certo num outro rival nacional, o Flamengo. Foi assim que voltaram ao Brasil nomes como Gerson, Gabigol e Pedro, entre outros.

Negociar "como gente grande" é essencial para o Corinthians figurar entre os times que disputam os principais títulos do futebol brasileiro e sul-americano. E a negociação por Yuri Alberto é exemplo de como o Timão pode sim voltar a competir com Palmeiras e Flamengo. Dentro e fora de campo.

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