Uma conjuntura de fatores que vão desde o caos na gestão de futebol do Corinthians à delicadíssima situação no comando técnico do Internacional faz com que se desenhe no CT Joaquim Grava a troca de Vanderlei Luxemburgo por Mano Menezes para um futuro não muito distante.

Há uma diferença entre torcer e analisar. Torço para o Corinthians vencer Flamengo, Argentinos Juniors, Fluminense e Atlético-MG - esse último, por 3 a 0, conseguindo se classificar para as quartas da Copa do Brasil. E, como disse Luxemburgo ontem depois da derrota, "chegar ao fim do ano brigando por títulos". Na análise, porém, nada disso é provável - pelo contrário.

A perspectiva de o Corinthians vencer algum jogo nesse mês de maio é cada vez mais nula. Não bastasse a qualidade de todos os adversários que a equipe tem pela frente, a postura nos últimos jogos escancara que, pra além da falta de confiança, não há também qualquer jogada, válvula de escape, estratégia, virtude técnica, nada. Um jogo do Corinthians hoje se resume a 90 minutos de 11 jogadores rezando primeiro para não tomar gols e depois para, quem sabe, fazer um.

Paralelo a esse caos corinthiano, que na minha visão passa diretamente pela falta de convicção e planejamento das gestões de Andrés Sanchez e Duilio Monteiro Alves, o Internacional está na iminência de demitir Mano Menezes - ou vê-lo se demitir. As notícias pós-derrota para o América-MG, também em Belo Horizonte na noite dessa quarta-feira, apontam para um ultimato da diretoria colorada até o Gre-Nal do próximo domingo. O Inter vem de cinco derrotas seguidas.

A isso se soma a relação de Mano Menezes com o Corinthians. Primeiro tendo sido o principal alvo de Duilio (depois de Tite) há três semanas; e segundo tendo se notabilizado nas duas passagens pelo CT Joaquim Grava pela reconstrução de elencos, com experiência em se desfazer de jogadores sem utilidade e montar times capazes de recupar um ou outro veterano que ainda tenha algo a entregar.

Reconstrução de elenco é exatamente o que o Corinthians precisa: o ciclo da maior parte dessa geração veterana acabou. Não há hoje praticamente ninguém bem tecnicamente e muitos desses nunca mais estarão bem num nível de competitividade que se espera de um clube como o Corinthians.

Ainda que Luxemburgo não seja culpado pela situação atual do Corinthians, difícil imaginá-lo resistindo a esse cenário de nenhuma vitória num mês inteiro, uma entrevista pós-jogo mais sem nexo que a outra e o fantasma de Mano Menezes ganhando mais corpo a cada rodada.

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