Talvez o título possa ter soado um pouco apelativo, mas quero deixar claro que não estou aqui para defender a titularidade do Cássio. Meu objetivo é compartilhar um pedaço da minha história como corinthiano e o profundo significado que o Cássio tem para mim. Nasci em 2002 e entrei para a família corinthiana por influência do meu primo, justamente um pouco antes da época sombria do rebaixamento.

Vivo atualmente uma das fases mais difíceis como torcedor do Corinthians. Desde 2019, não conquistamos nada, um contraste cruel com a glória que permeou décadas anteriores. Muitos torcedores mais antigos, com orgulho, recordam até mesmo dos momentos sombrios, mas para mim, que nasci em meio à era de ouro, é um choque ver o clube em um declínio tão profundo.

Ao longo desses anos, testemunhei ídolos que se tornaram lendas no Corinthians, mas nenhum deles mexeu tanto comigo como o Cássio. Ele não é apenas um goleiro excepcional, ele personifica a resiliência, a paixão e a glória do Corinthians. Suas defesas heróicas, especialmente contra o Chelsea, estão gravadas na minha memória como momentos de pura magia futebolística.

No entanto, é doloroso admitir que desde 2019, tenho visto o Cássio declinar. Seja fisicamente ou taticamente, algo mudou. Mesmo sendo protagonista de nossas maiores conquistas, é difícil ignorar a realidade de que sua performance não é mais a mesma. E, no entanto, ele parece incapaz de aceitar isso. Sua teimosia em continuar lutando, apesar de todas as evidências, é admirável, mas também triste.

O mínimo que podemos esperar, como torcedores, é que o clube seja transparente com seus jogadores. Não queremos ver nosso ídolo ser desrespeitado ou humilhado, queremos que ele saiba quando é hora de passar o bastão. Porque, no fundo, sabemos que isso não é apenas sobre futebol. É sobre respeitar uma lenda, um jogador que deu tudo pelo clube e merece sair pela porta da frente.

Espero, sinceramente, que o Cássio tenha sua despedida digna. Que ele seja homenageado como merece, como Totti em Roma ou Messi no Barcelona. Porque ele não é apenas um goleiro, ele é um símbolo do Corinthians, um exemplo do que é ser corinthiano. E, mesmo diante das incertezas do futuro, prefiro me apegar às lembranças gloriosas e ao amor que temos por nosso clube do que sucumbir ao desânimo.

Que amanhã, quando o time entrar em campo, o Cássio possa sentir o apoio e o carinho da torcida, mesmo que não esteja no banco. Pois, no fim das contas, o que importa não são os números ou estatísticas, mas sim o legado que ele deixará para trás. E esse legado, meu amigo, é eterno. É hora de Carlos Miguel.