Foi querer dar uma lição de moral ao Róger Guedes, e acabou fazendo uma alusão ao Liverpool.

Vejam o que ele disse:

'Eu também queria treinar o Liverpool. Se perguntar a mim, eu queria treinar o Liverpool. Ia já correndo pra Inglaterra e treinava o Liverpool, com todo respeito que tenho ao Corinthians. Mas, Liverpool é Liverpool! Aqui não é o que nós queremos!'

E como vocês perceberam, ele no final enfatizou: 'Aqui não é o que nós queremos'.

Vejam bem! O modo sincero do Vitor Pereira não caiu bem, assim como foi o modo sincero do Bambu quando disse que estava dando um passo atrás na carreira vindo ao Corinthians.

Ele pode ganhar a Libertadores, o Brasileirão e a Copa do Brasil, mas a torcida jamais vai esquecer dessas palavras.

Eu sei que todos os jogadores, por exemplo, sonham em jogar em grandes ligas europeias, e a função de técnico não é exceção. Ele sempre disse que queria dirigir um grande clube da Premier League. E nem precisa ser um clube europeu. Alguns técnicos aceitam de imediato treinar uma seleção brasileira deixando o clube em segundo plano, como foi com Mano Menezes em 2010 e com Tite em 2016.

Todos nós entendemos isso. O problema foi a forma que ele falou. O modo sincero. A ênfase 'Liverpool é Liverpool', 'Aqui não é o que nós queremos'.

Porém, tudo tem um preço, e isso mancha bastante a passagem do Vitor Pereira no SCCP. Nem se ele superar o Tite como técnico em conquistas dentro do clube, a maioria das pessoas iria esquecer desse comentário desnecessário.

Pois, todos sabem que o grande sonho é um grande clube europeu, mas, para isso, não precisa desmerecer o SCCP, uma instituição que mexe com sentimentos. Como ele mesmo uma vez falou, tem pessoas que deixam de comprar a comida em casa pra acompanhar esse clube.

Faltou, no mínimo, respeito do Vitor Pereira para com a instituição. E se ele fez isso deliberadamente pra já estar cavando a saída no final do ano (e não renovar para 2023), que vá e seja feliz em outro clube.