Capital paulista, 13 de outubro de 1977, não se ouvia um barulho sequer nas ruas, todos estavam em casa ou no estádio Cícero Pompeu de Toledo para acompanhar mais uma final de Campeonato Paulista.

Nosso Coringão não tinha um time de craques, mas chegou para a final contra a Ponte Preta para tentar quebrar um tabu de mais de 20 anos. O último título paulista - que tinha sido em 1954 sob o comando do mesmo treinador de 1977 - o senhor Oswaldo Brandão. Ele passava por um dilema na sua vida, pois seu filho, Marcos, estava em estado terminal devido a um câncer.

Muitos dizem 23 anos de jejum, mas não é verdade, pois o Corinthians disputou alguns torneios no qual foi campeão.

Uma final que teve três jogos para podermos desentalar aquele grito que estava sufocado alguns anos na garganta da Fiel Torcida, por isso o apelido de Fiel, tantos anos lutando e a torcida aumentando cada vez mais!

O jogo iniciou em um clima tenso sob a batuta do árbitro que também era delegado de policia, o sr. Dulcidio que, segundo testemunhas, andava armado pra cima e pra baixo. Foi um jogo truncado onde houve uma expulsão do jogador da Ponte Preta, Rui Rei, que mais tarde defendeu a camisa do Timão. Existe um boato que ele se vendeu e foi expulso só pra poder jogar no Timão no ano seguinte, que pra mim é uma coisa totalmente estúpida, pois Vicente Matheus nunca contrataria um jogador que se vende, pois ali na frente ele poderia fazer o mesmo que fez em outrora.

Foi um jogo onde teve muitos erros dos dois lados, até que quase no final da segunda etapa, um lateral para o Corinthians bater. Zé Maria lança a bola na grande área e a bola insiste sete segundos para entrar rebatendo em Vaguinho, Vladmir, o próprio Basílio, que na segunda vez pega de bate pronto e... Gooooool! Corinthians campeão paulista do ano de 1977.

Somos muito gratos a todos daquele time como Ernesto Lance (meu amigo pessoal) que ficou no banco de reservas no segundo e no terceiro jogos por motivos internos (mas isso é uma outra história). Ao grande mandatário da época Vicente Matheus, o sr. Oswaldo Brandão, professor Teixeira e sua comissão técnica e claro os grandes guerreiros daquela noite, Tobias, Romeuzinho, Cambalhota, Moisés, Ademir, José Maria, Luciano, Geraldão, Vladmir, Russo, Basílio e Vaguinho que entrou no lugar de palhinha no segundo jogo devido uma contusão.

Um dia que jamais pode ser esquecido na nossa história, onde a raça, o comprometimento e o amor à camisa falou mais alto.

Então, Fiel, hoje é dia de comemorar sim! 43 anos do ano que não terminou, o ano que nos consolidamos como Fiel Torcida. Por isso, vista a sua camisa listrada em homenagem a esse time, se não tiver a listrada não tem problema algum, que seja outra, mas não deixem passar isso em branco, ainda mais numa época tão caótica que estamos vivendo no nosso Coringão!

Obrigado a todos, um ótimo dia e vai, Corinthians! Campeão Paulista de 1977!