Venha fazer parte da KTO
x
Fórum do Corinthians

Neo Química Arena ou Allianz Parque: qual o melhor acordo, afinal?

Foto do perfil de Lucas

Lucas 97 posts

Publicado no Fórum do Meu Timão em 04/09/2020 às 11:56
Por Lucas Eiróz (@lucas.eiroz)

A mídia e todo corinthiano (ou anti) vem discutindo o acordo do Corinthians com a Hypera Pharma. Perguntam-se se o acordo do Corinthians é bom e se é melhor que o do Palmeiras. Vamos analisar rapidamente os dois casos e o porquê do acordo da Neo Química Arena PODER ser muito bom para o Timão.

Primeiro, vamos analisar o acordo no antigo Palestra: o Palmeiras resolveu reformar seu estádio sem gastar nada, concedendo sua futura Arena pra construtora até que os custos se paguem. A WTorre vendeu os Naming Rights por 300 milhões de reais, pagos em 30 anos. Corrigido, esse valor atualmente está na casa dos 400 milhões.

No caso do Corinthians, a aposta foi que o clube conseguiria pagar a dívida sozinho. Os Naming Rights demoraram 10 anos, mas finalmente saiu: 300 milhões em 20 anos. Mas cedeu junto o 'Sector Rights', espaço para uma mega farmácia, e direito de explorar eventos na Neo Química Arena, com o que é chamado de 'ativações'.

Ou seja, apesar do intervalo de tempo menor para o pagamento e um contrato mais curto, o Corinthians cedeu muito mais por um valor menor. E a imprensa parece analisar apenas isso. Mas não é só isso.

A Allianz paga os Naming Rights do estádio palmeirense para a construtora sem intermediários, pagando aos poucos sua dívida. No caso da Hypera Pharma, tudo leva a crer que vai ser muito diferente.

Primeiramente, vamos deixar claro uma coisa que poucos percebem: os bancos tratam seus clientes de forma diferenciada, dependendo da relação e confiabilidade com eles. Dividas de pessoas físicas são muito diferentes de dividas de empresas, principalmente quando falamos de empresas grandes. Não compare a dívida da Arena com a sua dívida de 5 mil reais. Isso é um erro.

Digamos que a dívida da Arena com a Caixa seja de 500 milhões de reais. Apesar de ser uma superpotência, o Corinthians já demonstrou dificuldade pra quitar essa dívida sozinho. É de interesse do banco facilitar o pagamento, principalmente numa quantia tão alta. Batalhar na justiça num caso desses seria demorado e caro, e tem alto risco de gerar perdas.

Aí entram os Naming Rights. Um contrato de 300 milhões não é algo que o banco pode ignorar, principalmente de uma empresa tão grande e em expansão como a Hypera Pharma. Mesmo que a quitação desse contrato demore mais que o contrato com o Corinthians.

O que o Corinthians vai tentar com esse contrato? Existem duas opções. A menos vantajosa é melhorar a avaliação do banco dessa dívida. Tendo uma renda a mais, o risco da dívida cai, e o banco pode diminuir os juros ou aumentar o tempo da quitação. A mais vantajosa, e claramente é o que o Andrés está atrás, é que o contrato transforme a dívida em duas. Parece estranho, mas vou explicar melhor.

Teoricamente, o Fundo Arena passa a ter a dívida sobre o contrato dos Naming Rights, no valor de 300 milhões, e a outra dívida que já tinha, agora no valor de 200 milhões. Na prática, quem paga a dívida de 300 milhões é a Hypera Pharma. O Corinthians cuida só dá segunda.

Com um score melhor no mercado, a Hypera Pharma 'assumiria' parte da dívida com um período maior. Com uma dívida 'menor' e principalmente um risco menor, o Corinthians tem juros menores e talvez um período maior de pagamento também.

Na prática, não importa quanto tempo esse contrato tem de pagamento, seu valor total seria descontado imediatamente.

Por que a Caixa faria isso? É de interesse do banco passar parte de uma dívida desse porte pra uma empresa do porte da Hypera Pharma. O risco de calote é menor. Ainda há também o lado do Corinthians, que possuiria muito mais chances de quitar sua dívida com um valor menor. Ou seja, as chances de receber o valor total da dívida aumenta para o banco.

Por que a Hypera Pharma aceitaria isso? Talvez essa seja a explicação do poder de barganha da empresa nesse contrato: 300 milhões (menos do que Andrés queria), 20 anos (mais do que Andrés queria), Sector Rights, farmácia, eventos no gramado (que Andrés não queria de jeito nenhum) e quem sabe mais coisas. A Hypera Pharma conseguiu os melhores termos possíveis pra eles 'assumirem' essa dívida.

O Corinthians só ganha? Tem um lado ruim? Talvez tenha um lado ruim. Como o contrato dos NR dura 20 anos, mais do que os 12 anos que Andrés corre atrás, talvez a Caixa compense na dívida residual. Talvez os juros não sejam tão bons como poderiam ser, talvez o prazo não seja tão bom como deveria ser. Isso depende do banco. Mas dificilmente o banco vai querer deixar as coisas mais difíceis para o Corinthians.

Mas e então? Qual acordo foi melhor? O do Corinthians ou o do Palmeiras?

Assim como na forma de construir o estádio, não existe um 'melhor' aqui. São apenas formas muito diferentes de chegar no mesmo objetivo. O acordo do Corinthians no papel parece ser desvantajoso na comparação, tanto na construção da Arena quanto nos Naming Rights. Mas na prática, era simplesmente o que o Corinthians precisava pra pagar tudo com tranquilidade sem abrir mão de ser o administrador e contar com a renda o mais rápido possível.

Espero ter sido claro e ter aberto os olhos de alguns sobre esse acordo que até eu tive minhas dúvidas no início, e que tem chances reais de ser positivo para o Corinthians (ao contrário do caso do BMG).

Avalie este tópico do Fórum do Meu Timão

Responder tópico

Últimas respostas

Foto do perfil de Itamar Fulano

Ranking: 4º

Itamar 63.333 posts

@sr.fulano em 04/09/2020 às 15:43

CARA, ISSO É SIMPLES, NÃO SEI PORQUE CRIAM POLÊMICA.

Os dois são bom e um vai ser melhor que o outro dependendo do ponto de vista.

Mas tem que se analisar pelo contexto se tudo fosse executado da forma correta.

SEGURANÇA PARA O CLUBE SEM RISCOS:

Claramente o do Alianz Park é melhor, o clube não se preocupa com nada, não corre risco de atrasar parcelas, ter problemas financeiros.

TEMPO E EXPLORAÇÃO DO ESTÁDIO:

Nesse caso a Neo Química Arena é melhor, falo do modelo da engenharia financeira se fosse tudo feito corretamente.

Os CIDs saíssem já no início da obra, não ia precisar buscar crédito.

O Corinthians tivesse o ano de carência como os outros estádios.

E tivessem fechado o Naming Rights quando tiveram a proposta na época.

Hoje o estádio estaria uns 80% quitado.

E o clube não limitado o uso do estádio tende que jogar fora por causa de eventos e shows.

OU SEJA, DEPENDE MUITO DO PONTO DE VISTA QUE SE OLHA.

Nenhum deles é 100% melhor que o outro.

Foto do perfil de Doutor Corinthians

Ranking: 366º

Doutor 6.558 posts

@doutor.corinthians em 04/09/2020 às 15:32

Meu, resumo em dois parágrafo, aqui é um fórum não é blog.

Foto do perfil de Claudio Marques

Ranking: 986º

Claudio 3.171 posts

@claudio.marquesfiel em 04/09/2020 às 13:11

Só quero lembrar que pouco foi divulgado, mas nesses valores da arena dos porcos estão considerados os valores do seguro que a Alianz oferece nos eventos que lá ocorrem!

Foto do perfil de Léo Da Fiel

Ranking: 215º

Léo 9.344 posts

@leo360 em 04/09/2020 às 12:32

Quitando a Arena a nossa passa a ser a melhor disparado

Foto do perfil de Lucas Eiróz

Lucas 97 posts

@lucas.eiroz em 04/09/2020 às 12:15

Deixando bem claro: a dívida continua sendo do Corinthians. A diferença é que ela é condicionada ao Naming Rights, o dinheiro da Hypera Pharma vai direto para o banco. Ela não assume de verdade a dívida, só é atrelada a dívida.