Corinthians soma 177 processos na Justiça do Trabalho; montante do clube é superior aos rivais
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Por Rodrigo Vessoni
O Corinthians teve um aumento significativo do número de processos trabalhistas nos últimos anos e, neste momento, possui 177 ações em curso. O Meu Timão fez o levantamento com base nos registros eletrônicos armazenados no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região.
Desse total, 101 processos foram incluídos no sistema nos últimos dois anos e meio, período que o clube está sob administração de Andrés Sanchez. Em 2018, 26 novas ações foram iniciadas. No ano passado, mais 51. Em 2020 (cerca de seis meses), outras 24 ações.
O número corinthiano é superior aos seus três principais rivais no mesmo sistema de consulta. O Palmeiras, neste momento, possui 117 ações trabalhistas, enquanto o São Paulo é reclamado em outras 170 ações. O Santos, que não tem sede social, é quem menos possui processos dessa natureza jurídica: 109 ao total.
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O levantamento do Meu Timão mostra que os reclamantes são os mais variados possíveis. Entre eles, ex-funcionários administrativos do Parque São Jorge, prestadores de serviço de empresas terceirizadas, antigos membros da comissão técnica do CT do profissional, jogadores que passaram recentemente pelo clube, como, por exemplo, o meia-atacante Giovanni Augusto e o zagueiro Rodrigo Sam (acordo de R$ 60 mil já homologado para quitação em seis vezes), além de atletas de outras modalidades, como o ala/pivô Valdin.
A reportagem analisou algumas dessas ações que colocam o Corinthians como reclamado. A motivação dos ex-funcionários (diretos ou terceirizados) para recorrer ao judiciário se dá por causas diversas. As mais frequentes são:
- encargos e impostos não recolhidos (INSS, IRRF e FGTS);
- rescisões com empresas terceirizadas;
- saldo de salários atrasados;
- discussões sobre horas extras;
- acordos verbais não concretizados;
- e direitos de imagem e direitos de arena (participação na cota de TV, no caso dos jogadores), entre outros.
Não por acaso o balanço de 2019 do Corinthians apresentou uma dívida de R$ 110 milhões refere a Imposto de Renda Retido na Fonte (R$ 88,7 milhões) e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (R$ 22 milhões) de funcionários e jogadores
O aumento de ações trabalhistas do Corinthians durante a atual gestão chama ainda mais atenção porque se deu exatamente num período em que o número de novos processos abertos na primeira instância da Justiça do Trabalho caiu - após promulgação da reforma trabalhista em novembro de 2017, ainda com Michel Temer na presidência.
De acordo com especialistas, dados do Tribunal Superior do Trabalho (TST) mostram que, de janeiro a outubro de 2017, as varas do trabalho do Brasil tinham 2,2 milhões de ações em andamento. No mesmo período em 2019, o total de processos trabalhistas recuou para 1,5 milhão (32% a menos).
A reportagem do Meu Timão pediu, via assessoria de imprensa, uma explicação do clube para esse aumento de ações trabalhistas nos últimos anos. Não houve resposta até o momento dessa publicação.