Análise: Corinthians se despede da Libertadores de maneira melancólica e sem o que elogiar
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Por Tomás Rosolino
O Corinthians não vai jogar a Copa Libertadores da América em 2021. O time chegou a dar pinta de que conseguiria, mas uma queda de rendimento e de intensidade evidentes, combinada com atuações individuais muito aquém das possibilidades, fez com que a derrota por 1 a 0 para um Santos valente vencesse o clássico e ficasse perto do torneio continental.
A vaga, é bom lembrar, foi mais perdida contra Bahia e Athletico, com resultados inaceitáveis diante de rivais dominados, mas nada poderia retratar melhor a temporada corinthiana do que a atuação na Vila Belmiro. Um brilhareco de 12 minutos, interrompido por um apagão, foi seguido de quase 100 minutos com nível baixíssimo em campo.
Mancini apostou na entrada de Mateus Vital pela esquerda, dando mais fluidez à armação, e poderia ter aberto o placar em duas oportunidades. Na primeira, o próprio Vital fez a opção questionável pelo chute com dois companheiros melhores colocados. Na segunda, ele acionou Mosquito em ótima condição, mas o atacante demorou a chutar.
O Corinthians controlava as ações, Jemerson se impunha pelo lado e até Michel Macedo mostrava confiança para jogar. Tudo isso foi embora junto com a energia elétrica em Santos, no entanto. Os 16 minutos de paralisação marcaram uma clara diferença entre a atuação da equipe.
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Cuca corrigiu a marcação pela lateral, parou de pressionar a saída de bola e baixou suas linhas. Cantillo virou inoperante, os laterais pouco avançaram e o Corinthians teve dias de previsibilidade que lembraram a reta final de Carille, com uma posse de bola estéril e um ritmo incapaz de cansar qualquer defesa.
Para piorar, Santos teve Soteldo por 12 minutos, o bastante para parar em Cássio em lance cara a cara e, depois, aproveitar posicionamento ruim de Cantillo e espalmada fraca do goleiro corinthiano, vendo Marinho chutar para Marcos Leonardo colocar a bola na rede em um raríssimo lance construído por ambas as equipes.
Mancini, que tinha em Cazares o seu 10 e a chance de mudar o jogo, só o mandou a campo com a desvantagem. Otero foi junto, mas outra vez entrou totalmente desconectado da partida, errando até domínios fáceis. Jô foi a outra tentativa, mas a incapacidade de girar de frente para o adversário facilitou muito a marcação de Luan Peres e Luiz Felipe.
Totalmente anulado e com um ar blasé, o Corinthians ainda viu Vinícius Gonçalves Dias, em péssima arbitragem, fazer os 53 minutos da etapa final parecerem seis horas de jogadores caídos, maca e conversa. Melancólico, como a temporada corinthiana.