Vítor Pereira analisa dificuldade do Corinthians com chuva forte e fala em 'conforto' do São Paulo
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Por Julia Raya e Rodrigo Vessoni
Vítor Pereira falou sobre o desempenho do Corinthians no clássico contra o São Paulo
Rodrigo Coca/Agência Corinthians
O Corinthians perdeu para o São Paulo na tarde deste sábado. Poucos minutos antes da bola rolar, uma forte chuva caiu no Morumbi e influenciou diretamente no resultado do jogo. Pelo menos foi esta a análise de Vítor Pereira, treinador do Timão.
"Eu não vim para o Brasil pensando que ia ser fácil (risos). Tenho consciência que até as alterações atmosféricas podem condicionar o jogo. Acho que entramos em campo porque houve quebra, o tempo foi demasiadamente longo e quebrou o aquecimento e a concentração. Mas não é desculpa porque o São Paulo entrou focado e a gente a vê-los jogar. Não tenho dúvidas que, pelas viagens, temperaturas, características, vamos ter trabalho", resumiu o treinador em entrevista coletiva.
Os atletas já estavam no aquecimento quando uma forte chuva caiu no estádio, ocasionando uma queda de energia. Com isso, a partida foi adiada em cerca de nove minutos. Na visão de Vítor, então, o tempo parado quebrou o planejamento do Corinthians e desconcentrou os jogadores alvinegros.
“Naturalmente, eu já falei sobre isso, a chuva afetou o treino, a circulação da bola, ela tornou-se mais lenta, o treino tornou-se mais pesado, mas a chuva não conseguimos controlar. Nós temos que estar preparados para jogar na chuva, porque isso é a realidade aqui no Brasil. Portanto, o que mais do que psicologicamente o primeiro gol, para mim, afetou o jogo taticamente porque o adversário ficou confortável no jogo, ficou em posição de vantagem, e já foi mais especulativo no jogo, no sentido de aproveitamento na saída de bola, contra-ataque. Afetou o jogo dessa forma, na circulação, as pernas ficaram mais pesadas porque o treino ficou mais pesado e com o São Paulo mais confortável no jogo no sentido de aproveitamento”, analisou o técnico.
Questionado sobre o desempenho corinthiano em campo, Vítor não escondeu a necessidade de melhora em alguns pontos. Para ele, além do que o Timão ainda pode aperfeiçoar, um "conforto" do São Paulo na partida, por ter marcado o primeiro gol cedo, influenciou diretamente no resultado.
"Primeiro eu acho que o gol inicial atrapalhou, assim como a chuva. A chuva não podemos controlar, mas o gramado ficou pesado, dificultou a circulação de bola. O que tínhamos feito no aquecimento quebrou-se pelo tempo que ficamos parados esperando a luz voltar. Isso gerou uma desconcentração, foi isso que senti. O São Paulo entrou desde o primeiro minuto no jogo, mesmo com a chuva. A gente demorou pra reagir e quando conseguimos já tínhamos sofrido o gol. Esse gol, depois do campo pesado, condicionou o tático do jogo. O São Paulo tinha vantagem, nós circulamos a bola com qualidade, rodamos a bola de um lado proo outro, achamos espaço. Teve momentos que jogamos bem, mas o São Paulo estava mais confortável pela vantagem, jogava baixo e contra-atacava. Quando tivemos a bola, tivemos iniciativa, tentamos fazer o gol e eles jogavam no contra-ataque no nosso erro. Evidentemente ainda temos muito a corrigir, foram poucos treinos, não treinamos bem com essa equipe completa, então sabemos o que temos que melhorar. Vou tirando minhas impressões e avaliando o que eu tenho. Vamos avaliar o bom e o que precisa mudar, temos que jogar um jogo em que a gente controle o ritmo do jogo, por conta dos atletas mais experientes", expôs Vítor.
Por fim, o técnico falou sobre como o Timão buscou reagir após o gol. Ele se mostrou contente com a "luta" corinthiana por uma melhora e falou sobre 30 minutos intensos da equipe, mas apontou o objetivo de manter esta intensidade durante todo o jogo.
“Já disse, tem muito a ver com sofrermos um gol tão cedo, o treino ficar bastante pesado, as ocasiões que tivemos não conseguimos concretizá-las, então há um ou outro aspecto que é preciso trabalhar sobre ele, alinhadamente a chegada na área, as posições ocupadas na área para finalização, isso é preciso trabalhar. Tive uma semana inteira, tive cinco dias de trabalho, mas dois dias foram para recuperar os jogadores que tinham jogado e, no fim disso tudo, trabalhamos dois dias e o terceiro dia já foi o anterior ao jogo e não poderíamos dar carga. Não foi a estreia que eu pretendia, mas já vi alguma intenção essencialmente naqueles 30 minutos depois de termos sofrido o gol, vi a intenção de ter bola, dominar o jogo com bola e de pressionar quando perdíamos a bola. Esses 30 minutos que tiveram alguma qualidade, faltando de fato a chegada na área com bom posicionamento para finalização, temos que prolongar isto para os 90 minutos, não durar só 30”, finalizou o técnico.
