Diretor do Corinthians fala sobre finanças e afirma que dívida do clube é pagável
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Por Meu Timão
Wesley Melo (esq.) é o diretor financeiro do Corinthians da gestão de Duilio Monteiro Alves
Rodrigo Coca/Agência Corinthians
Nesta semana, o Meu Timão noticiou que o Corinthians conseguiu diminuir apenas em 0,17% a dívida total em 2022, avaliada hoje em R$ 910 milhões. Por conta da baixa quitação na temporada passada, a Fiel voltou a questionar se esse valor seria algum dia pago pelo clube. Wesley Melo, diretor financeiro do Corinthians, explicou sobre a situação e afirmou que esse montante é pagável, apesar da dificuldade.
"A dívida é totalmente pagável. Ela é alta, ela é difícil. Eu tenho um lucro operacional de R$ 187 milhões, e eu preciso que esse lucro operacional continue subindo ao longo dos anos. E, o mais importante de tudo: a gente precisa manter essa filosofia, essa mentalidade de respeito aos princípios do clube, de finanças. A gente, no mundo do futebol, o que fica marcado na história é o título, e de repente, no ano passado, mesmo com toda essa austeridade, a gente chegou na final da Copa do Brasil e não ganhamos por detalhe. Tudo faz parte do processo e a gente realmente quer ganhar títulos", afirmou o diretor, em entrevista à Rádio Bandeirantes.
Mas como vai pagar?
Dando sequência ao assunto, o diretor foi questionado sobre como o clube planeja fazer isso. Wesley Melo explicou que antes de falar de valores em si, é necessário que o clube passe por uma mudança de mentalidade. Alteração essa que já tem sido feita no decorrer da gestão Duilio.
Empresas como a Falconi e a KPMG foram contratadas para auxiliar o Timão nesse processo. Inclusive, um dos sócios da KPMG celebrou recentemente que a "Fase 1" desse projeto havia sido concluída.
"Não é um processo fácil, definitivamente não é, e leva tempo, exige muito treinamento, workshop, muita conversa e muita discussão. Como eu falei, é uma mudança de cultura, e isso leva tempo, né? Então, a gente foi buscar esse apoio dessas consultorias de renomes no mercado para nos ajudar a colocar a casa em ordem. Já tivemos dois anos que a gente entende de resultados positivos, mas ainda temos uma jornada pela frente, não podemos parar por aqui", explicou Wesley Melo.
Quanto a valores, o diretor financeiros fez questão de valorizar a gestão de Duilio. O mesmo explicou que a primeira etapa foi conseguir lucro operacional, que é o lucro de uma empresa - no caso, o Corinthians - sem contar custos do ano. Agora, o clube já tem registrado superávits anuais, o que mostra essa melhora da saúde financeira.
"A gente precisa gastar menos do que estamos arrecadando para aí sim começarmos a diminuir a nossa dívida. A dívida é tão alta, que, mesmo eu arrecadando mais do que eu gasto normalmente, a despesa financeira que me gera essa dívida é tão grande que no final das contas sobra pouco. Então, eu tive um superávit final no ano de 2022 na ordem de R$ 15 milhões. Poxa, mas o meu lucro operacional, o meu superávit operacional, ele foi mais de R$ 180 milhões, então eu tenho ali uma despesa financeira que me corrói e me limita as possibilidades de abater as dívidas", explicou.
"Por outro lado, a gente está no caminho certo. No ano de 2021, a gente teve lucro operacional, depois, em 2022, a gente teve lucro operacional… Se a gente pegar os últimos anos, a gente não tava tendo lucro operacional, tava tendo déficit operacional. Então, a primeira coisa que planejamos foi estabilizar essa dívida. A vinda, inclusive, da KPMG foi para ajudar nisso, para nos ajudar nas renegociações dentro do clube. O departamento jurídico também tem nos ajudado muito na conduta do Herói (Vicente, diretor jurídico do Corinthians), só que isso leva um pouco de tempo…", complementou.
Para 2023, o Corinthians projeta arrecadar R$ 821 milhões, conforme documento que o Meu Timão teve acesso. Entre as principais fontes de renda estão direitos de televisão, patrocínios e bilheteria da Neo Química Arena. Com isso, se seguir a tendência que Wesley Melo citou, o Corinthians deve ter um superávit maior ainda ao fim da temporada, além de poder quitar mais ainda a dívida.
