Esio Junior
Dados os fatos recentes no Corinthians, podemos observar que certas polêmicas envolvendo a gestão do clube, especialmente a financeira, tem tomado proporções que antes não tomava na mídia. Isso pode ser efeito da agilidade e alcance que a internet proporciona aos veículos de imprensa.
Podemos somar a isso a “nova era” que vive o Flamengo, que é um dos times mais populares do país, atrás apenas do próprio Corinthians. Fato é que o Flamengo vive uma fase financeira saudável, com contratações bombásticas, salários astronômicos e títulos estaduais e só.
Isso faz a grande mídia e parte da torcida Corinthiana questionar “E se o Corinthians tivesse uma boa gestão igual a do Flamengo? ”. Ora! Se o Corinthians com uma má gestão financeira é o maior vencedor do século, teríamos ainda muito mais motivos para comemorar, certo? Não é bem assim. O Corinthians é, de fato, o maior vencedor de títulos do século 21, se tratando de clubes brasileiros. No entanto, houveram sempre altos investimentos para que isso acontecesse, para equilibrar as contas seria necessário o clube descer, e muito, o valor dos investimentos.
Há de se convir que nos últimos anos o que nos trouxe títulos foi muito mais o peso da camisa do que bons elencos. O último grande elenco que nos trouxe títulos foi o de 2015 e, de lá pra cá, os títulos vieram na raça, no medo dos adversários pela nossa camisa, pelo apoio incondicional da nossa torcida.
Mesmo com elencos duvidosos, mas vencedores, o investimento foi alto, quem nunca questionou os valores astronômicos investidos em Marlone, G. Augusto e companhia? Voltando às comparações com o Flamengo, eles ficaram anos amargando times medíocres, contratações muito baratas ou jogadores sem contrato e, principalmente, promovendo bons jogadores da base e depois vendendo muito bem. E agora colhem o fruto desses anos de “humildade”. É bem verdade que não ganharam nada ainda se tratando de títulos, mas a questão aqui é tentar se colocar no lugar deles, ou melhor, colocar a gestão financeira deles no lugar da nossa.
Será que estaríamos dispostos a amargar anos de elencos igual o de 2007 para que lá na frente possamos ter todo ano elencos igual ao de 2015? Lembrando que o Corinthians precisaria não só deixar de contratar mas também pagar as dívidas, como a Arena que é a principal delas. Ou seja, seria ainda menos dinheiro para contratar.
Uma ideia que passou pela minha cabeça seria, investir na renovação de jogadores essenciais como Cássio, Fagner, Gil e Gabriel. Os demais que ganham acima de 200 Mil, é esperar acabar o contrato, agradecer pelos serviços prestados e bola pra frente. A partir daí delimitar um teto bem abaixo do que tem hoje, pagar no máximo 200 Mil mensais. Ganhando acima disso só aqueles que renovaram e que são essenciais. Ora! 200 Mil por mês para jogar no maior clube da América Latina é muita grana para bons jogadores que buscam espaço no futebol. Nós vemos times como o Bahia, com toda a dificuldade que possa ter, montando um bom elenco e sendo competitivo, a diferença é que temos camisa, torcida e uma base que, em tese, é melhor.
Um exemplo de bom jogador que chegou pra ganhar isso, ou até menos, é o Jesus, o Vital (acredito eu), o Everaldo com certeza ganhava isso ou menos lá no Fluminense pois lá o teto é esse (só quem ganha acima do teto lá são os considerados “estrelas”). Dá pra ter uma base forte com aqueles jogadores já identificados com o clube que são líderes no elenco e trazer bons reforços por um teto muito abaixo do que temos hoje e promover jogadores da base para complementar.
Será que a gestão atual está disposta a fazer isso ou a pressão que a torcida poderia fazer emperra mudanças desse tipo.
OBS: Obviamente essa ideia que passei é ilusória, outras formas até melhores podem ser aplicadas no clube.