Alexandre Silva
O 4 de julho é mundialmente conhecido como o 'Independence Day', o dia da independência nos Estados Unidos.
A data nunca teve muita importância para nós corintianos até aquela maravilhosa noite no Pacaembu em 2012, quando Emerson Sheik fez os dois gols que enterraram um passado de frustrações, confusões e gozações quando se falava de Corinthians e Libertadores da América.
A primeira conquista sul-americana não foi especial, significou muito além do que isso. Quem viveu o rebaixamento em 2007, a eliminação para o Tolima em 2011, a batalha campal após a derrota contra o River Plate em 2006, as duas derrotas seguidas nos pênaltis para a porcada, entre outros episódios de triste lembrança, sabe bem do que estou falando.
Na estreia, o gol salvador de Ralf nos livrou da derrota na Venezuela. E pensar que aquele tento, no finalzinho, garantiria um título invicto. A imagem do Tite comemorando como se fosse um título não sai da memória.
E por falar em estreia, o então titular Julio Cesar dava lugar a um goleiro que seria fundamental naquela campanha. O então desconhecido Cássio entrou nas oitavas contra o Emelec no Equador e fez defesas impossíveis não só naquele jogo mas durante todo o torneio. Quem não lembra daquele lance do Diego Souza? E aquela bola na trave do Nilton no escanteio seguinte?
Tivemos ainda o Chicão tirando uma bola em cima da linha contra o Cruz Azul no México; o gol de cabeça do Paulinho no finalzinho contra o Vasco; o golaço do Sheik na Vila Belmiro; Romarinho dando uma 'cavadinha' na Bombonera como se estivesse num casado X solteiro; Tite mandando um 'fala muito' para o Riquelme; Danilo relembrando Dr Sócrates e usando o calcanhar pra deixar o Sheik na cara gol; o mesmo Emerson interceptando passe da zaga e disparando pra fazer o gol do título.
Título em cima do Boca Juniors, seis vezes campeão da Liberta e o 'terror' dos times brasileiros, pra deixar ainda mais marcante uma conquista que não teve protagonista, pois cada um, desde o técnico Tite até o reserva Romarinho, teve um papel fundamental para o título.
E é com esse espírito que teremos que ter para superarmos as dificuldades dos desfalques e o mesmo Boca Juniors na Argentina para quebrarmos a 'maldição das oitavas'.
Mas deixa o nervosismo pra amanhã. Hoje é dia de comemorarmos os 10 anos da nossa primeira Libertadores. Cássio, Alessandro, Chicão, Castán e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Alex e Danilo; Jorge Henrique, Emerson Sheik, Tite e todos os demais daquele elenco, muito obrigado!