Fabrício Ferro
Vontade ele tem, agora é só colocar os caras certos pra jogar com ele e fazer a bola chegar e vai dar certo.
em Bate-Papo da Torcida > Análise dos gols do Gustavo pelo Fortaleza
Em resposta ao tópico:
Fala, fiel.
Encontrei os vídeos dos 30 gols que o Gustagol fez pelo Fortaleza. Decidi fazer uma pequena análise deles pra ajudar a entender melhor quais são as características desse jogador e o que podemos esperar dele em 2019.
Deixo claro que não sou analista de futebol/desempenho, apenas fiz essa pequena estatística por lazer.
Vamos lá:
Dos 30 gols que ele fez, 12 foram de cabeça (40%), 15 foram com o pé direito (50%) e apenas 3 foram com o pé esquerdo (10%)
Desses, 14 foram dentro da pequena área (46,7%), 15 foram dentro da grande área (50%) e somente 1 deles foi de fora da área (foi um gol de falta que ele fez contra o Guarani, pela Série B).
Pra fazer esses gols, em 25 (!) deles o Gustavo deu apenas um toque na bola (83,3%). Isto é, recebeu a bola em condições de finalizar e mandou pra rede, sem nem precisar dominar. Em 4 deles, ele dominou e finalizou (13,3%). Em apenas 1 dos gols, o Gustagol caminhou com a bola pra chutar, numa puxada de contra-ataque
Achei importante também destacar que 29 desses gols foram com a bola rolando (96,6%). Apenas 1 gol de bola parada (batendo uma falta).
O primeiro dado que me surpreendeu foi justamente esse, de que o Gustavo não fez NENHUM gol de pênalti. Geralmente a gente vê esses centroavantes com vários gols na temporada com inúmeros gols de bola parada (caso do Henrique Dourado pelo Fluminense, por exemplo). Não foi o caso, 96,6% dos gols dele foram com a bola rolando. Achei isso surpreendente.
Fica nítido também que o Gustavo acrescenta MUITO na jogada aérea do Corinthians. Se nesse ano não fizemos tantos gols assim de cabeça, isso pode ser uma estratégia diferente pra 2019. O Carille fica com mais uma opção ofensiva para o time.
É evidente também que ele tem uma característica muito diferente do Jô e não podemos exigir isso do Gustagol. Se com o Jô nós vimos vários gols em puxadas de contra-ataque, com o Jô caminhando com a bola, não veremos isso com o Gustavo. Como eu mostrei ali em cima, 25 dos 30 gols dele foram com apenas UM toque na bola. Alguém cruza/rola a bola pra ele em condições de finalizar e ele guarda.
Fica claro que o Gustavo vai depender MUITO do bom desempenho dos meias do Corinthians. Ele não vai caminhar com a bola e não vai criar por si só chances claras de gol. Ele é um finalizador nato e depende muito de ser acionado pelos armadores do time.
Dito isso, acho que, antes de qualquer coisa, a torcida vai precisar de muita paciência com o Gustavo e necessita entender quais são as características dele.
Se esperarmos enxergar o Jô no Gustavo, vamos nos frustrar muito. O que podemos esperar é um finalizador que joga dentro da área e que tem um ótimo jogo aéreo.
Entendo que ele pode ser muito importante na temporada que vem, vindo do banco ou mesmo saindo como titular em alguns jogos. É mais uma opção ofensiva para o time, que pode trazer uma alternativa diferente para o esquema tático.
Espero ter ajudado com essa análise!