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Post de SCCP no fórum "Bate-Papo da Torcida" do Meu Timão

Bom, como prometido, irei responder os pontos citados. Vamos lá:

Primeiramente, 'por que 4-1-4-1? ' Simples, um dos problemas que o Carille sofreu ao longo de 2017 e enquanto esteve aqui em determinado período de 2018, foi a forma de jogo propositiva, o time encontrava dificuldades em ser propositivo principalmente jogando em casa, mesmo quando era necessário. O 4-1-4-1, abre um leque maior de repertório ofensivo, principalmente projetando uma equipe que tenha o Araos como articulador a partir da própria base. Sem perder a essência de organização que virou nosso lema maior, porém, o Corinthians sentia falta de alguém que conseguisse ser um organizador de jogo, já que a dinâmica do Jadson não permite que ele faça isso e muito menos o físico. Tendo o Araos como uma espécie de ritmista, a equipe ganha em qualificação na saída de bola, consequentemente a posse chega com mais qualidade nos homens de frente, que por característica, serão os responsáveis por fazer a bola chegar até o Boselli. Além de gerar mais triangulações pelo meio, tendo alguém que participe mais ativamente da partida em vários setores do campo, causando superioridade.

A questão da transição, ao meu ver é questão de adaptação e entendimento maior dos jogadores a um esquema novo. Por exemplo, contra o São Paulo, houve uma saída mais qualificada com o Araos sendo esse homem que citei acima (E era o melhor em campo no primeiro tempo) porém, ainda existiam alguns pontos chaves na transição defensiva, que a questão do posicionamento, coisa que no meu modo de enxergar requer adaptação e tempo apenas, já que o mesmo jogou assim na La U.

Agora pensando no ponto de vista do centroavante. Em 2015, a importância maior do Guerrero além da movimentação era reter a bola e ter um pivô técnico, coisa que é bem rara por aqui. Mesmo sem ter a mesma movimentação, o jogo físico do Boselli pode funcionar da mesma forma, sendo acionado nas costas dos defensores e tendo um senso de posicionamento que é acima do comum por aqui, ou seja, a movimentação saindo da área não seria necessariamente um problema. No León, ele era capaz de gerar bastante amplitude ao time, muito por conta de se posicionar bem nas costas dos defensores e ter a leitura de jogo necessária para isso, então, basicamente não seria um problema maior. Vale lembrar que houve adaptação do esquema pós saída de Guerrero e período Love, coisa que teria que acontecer com o Boselli. Em questão da forma do 4-1 para haver as triangulações, isso pode acontecer com o Boselli mais acionado na forma centralizada, explorando mais o seu jogo físico contra os zagueiros e menos em outras faixas do campo, como o Guerrero fazia. Além de que, o Love sofreu bastante para conseguir fazer esse jogo físico, coisa que o Boselli teria bem menos dificuldades.

Ponto da infiltração: Araos nunca foi um jogador de infiltração, sempre foi um articulador/construtor, na La U, ele era uma espécie de ritmista, aparecendo para ajudar na construção em todas as faixas possíveis do campo, sempre dando opção e resolvendo a situação rapidamente, coisas necessárias para um ritmista, principalmente se tratando de saída de bola, como estamos propondo que aconteça. E essa infiltração não precisa ser necessariamente feita por alguém do meio, vale lembrar que você teria na esquerda o Sérgio Díaz, que tem como costume centralizar basante suas jogadas e pisar bastante na área, até por já ter jogado como segundo atacante na época de Cerro e Real Madrid. Além do mais, com a cobertura do Ramiro, o Araos teria uma liberdade maior para em alguns momentos conseguir essa infiltração também. Aí entra a importância de um 'falso extremo' como é o Ramiro. A ocupação de espaço onde teoricamente seria do Araos, gerando uma lacuna para o apoio do lateral e consequentemente a infiltração do chileno, que não tem essa característica, mas, em alguns momentos, a infiltração vai acontecer pela leitura de jogo do mesmo. Ou até mesmo o próprio Ramiro, em vários momentos dele no Grêmio podemos ver gols onde ele parte da direita fazendo a infiltração como elemento surpresa para finalizar, então, creio que essa infiltração não precisa ser necessariamente feita por alguém do meio.

Bom, a questão dos outros jogadores, na minha visão é: Tanto o Renê quanto o Thiaguinho, não são complementos para um camisa 5, no caso, segundo volante. O Thiaguinho sempre foi um primeiro homem de meio que tinha como ponto forte a inversão de jogo e a saída mais vertical. Além de que, como notamos nesse fim de ano, tem algumas limitações técnicas, até por não ser da função que estava exercendo. O Renê a mesma coisa, é lento para ser segundo volante e não tem nem capacidade de infiltração e nem uma saída de bola qualificada, ou qualquer coisa que pudesse classificar ele como um '8'. O Douglas de fato é, e no Fluminense ele tinha uma certa importância tanto na infiltração quanto na saída de jogo, onde por muitas vezes vinha buscar a bola na defesa para tentar a saída, algo que ele fez bem no início da chegada por aqui. Mais sobre ele, eu não descartaria, acho um jogador bem interessante que chegou numa fase conturbada da equipe e quase se queimou por conta disso.

No fim das contas, o seu 4-1-4-1 foi basicamente o mesmo que o meu com mudança de algumas peças hahaha. Ramiro compensaria o Araos, que seria o articulador a partir do campo defensivo, dando uma liberdade maior para o Jadson se preocupar com o último terço. Sérgio Díaz sendo um ponta construtor a partir da esquerda, exatamente como o Jadson fazia em 2015, porém, com um fator de poder infiltrar mais, principalmente por ter como característica uma velocidade maior e já ter atuado em uma posição que pisa bastante área.

Não gosto muito do Jadson construindo a partir da própria base por não ter mais a dinâmica para fazer isso. No fim de ano acabou meio que sendo sacrificado fisicamente por esse fato.

Já não acho que o Ramiro possa ser mais esse segundo homem, apesar dos números altos em questão de passes e desarmes, acho que a função de falso extremo para ele hoje se encaixaria melhor nos moldes do 4-1-4-1 hipotético que montamos. Fora que, nunca rendeu tanto sendo segundo homem.

Enfim, fazendo um breve resumo: A mudança para um 4-1-4-1 ao meu facilitaria o jogo propositivo da equipe que foi algo que o Carille tentou em 2018, porém, a falta de peças que tivessem a característica e não houvesse uma sobrecarga sobre o volante fizeram ele desistir da ideia. Boselli pode ser útil participando jogo atuando como um pivô mesmo, sem precisar tanto da movimentação que tinha o Guerrero ou o Love, levando em conta que o segundo sofreu bastante para conseguir exercer a função de pivô com a saída do peruano. A infiltração pode ser feita pelos jogadores de lado de campo, como o Ramiro fez em vários momentos no Grêmio e o Díaz por ter uma noção de área bem interessante também, além do próprio Araos, que pode ter esse espaço para infiltrar tendo uma cobertura do Ramiro para tal.

Cássio, Fagner, Henrique, Léo Santos e Carlos Augusto - Ralf (Richard que gosto bastante por ter o recurso da bola invertida e do jogo mais vertical, além de ser mais técnico) Araos emulando um ritmista - Sério Díaz, Jadson e Ramiro - Boselli.

em Bate-Papo da Torcida > 4-1-4-1, por que não tentar?

Em citação ao post:

Parabéns pelo tópico, é raro essa qualidade de argumentação e esse tipo de discussão aqui no fórum.

Mas uma coisa não ficou clara no tópico: porque tentar o 4-1-4-1? O que partir desse esquema vai potencializar no jogo do Corinthians?

O Tite usava essa formação pra compactar o time em relação à bola, marcar sempre agressivamente, gerar triangulações e infiltrações, mas me parece esse time peca em mobilidade e domínio das transições ofensivas e defensivas (apesar de eu apostar muito no Díaz e no Araos).

Nesse sentido, um problema a se pensar é que Boselli muda o perfil de centroavante do Corinthians. Caras como Guerrero e Love tinham mobilidade, trabalhavam fora da área e permitiam a infiltração dos meias. O Boselli participa pouco da construção das jogadas. Então a emulação daquele 4-1 complica um pouco.

Mais: acho que Araos não tem intensidade/velocidade pra ser o jogador de chegada que Paulinho/Elias eram. Esse papel era um dos pilares daquele esquema. Se ele for construir a partir da base, como Renato Augusto fazia, perderíamos em capacidade de infiltração, já que Jádson também não tem esse perfil.

Outro ponto a ser discutido: esse esquema já de plano excluiria os segundos volantes que não têm o perfil pra jogar na segunda linha (Douglas, Renê Jr. E Thiaguinho) e Araos não teria substituto (não acredito que Vital possa fazer essa função e Sornoza debilitaria o meio campo).

Por fim, pra entrar na brincadeira, tendo como base aquele 4-1-4-1 de 2015, eu tentaria o seguinte: Ralf (eventualmente Richard se ele conquistar o espaço); Romero, Jádson, Ramiro, Sornoza; Boselli.

Testaria Ramiro (que já foi segundo volante) no meio por entender que, por dominar as transições ofensivas/defensivas + intensidade, pode emular um papel de Paulinho/Elias.

Sornoza partindo da esquerda flutuando para o meio campo dialogar com Jádson (o mesmo papel que Jádson fazia em 2015, só que do outro lado).

Jádson criando na base da jogada (fez isso diversas vezes ano passado).

Romero pra compensar o Sornoza, mas também por ser chave nas transições e por sua ótima leitura de espaços contribuir demais nas compensações/infiltrações.

Responder ao post do SCCP

Réplicas desse post

Foto do perfil de Claudio

Claudio 28.213 posts

@migo.pr em 07/01/2019 às 22:18

Acho que a principal questão a resolver será fazer funcionar esse ritmista.

Será que Araos terá personalidade suficiente para isso?

Foto do perfil de Bruno

Bruno 3.810 posts

@bruno.dos.santos11 em 07/01/2019 às 11:19

Interessantes os pontos. Não posso me alongar muito agora, mas a impressão que eu tenho do Jádson é que o desgaste se deu muito porque ele tinha que fazer tudo, desde criar na base até o último passe. Nesse sentido importante Sornoza e Richard pra aliviar o Jádson. De fato gosto dele mais perto da área, onde ele costuma ter uma produtividade absurda criando chances.

O Globoesporte notícia que o Carille testou Araos na linha de 3 do 4-2-3-1, aparentemente como ponta. O que achou? Eu particularmente não gosto da ideia do Araos pelos lados do campo.

Foto do perfil de Márcio

Márcio 9.586 posts

@marcio.rodrigo.costa em 07/01/2019 às 10:32

Parabéns pelo tópico, ótimo ter discussões deste nível no fórum.

Pedindo licença para meter um pouco o bedelho nesta discussão, acho que o elenco atual não consegue emular o 4-1-4-1 de 2015, mas isso não significa que não possamos jogar nesta formação.

Como colocado pelo Bruno do Santos, não temos um 'Elias' como em 2015, ou seja, infiltrador. Cara com capacidade de construção, mas que dá amplitude para o time com jogadas de ultrapassagem. Entretanto, na Europa sobretudo, a gente vê esta formação com times que trabalham muito bem taticamente, são equilibrados e também não possuem este jogador.

Um exemplo é a França campeã mundial de 2018. Do meio para frente, o time base foi Kanté como homem a frente da zaga. Do nosso elenco quem tem características mais parecidas é o Gabriel (baixo e veloz). Pogba mais centralizado como construtor; Griezman também mais centralizado e próximo do centro-avante; Matuidi aberto em um lado, com grande dinâmica de jogo; Mbappé o velocista (e põe velocista nisso) e na frente Giroud.

A própria Alemanha de 2014 teve Teve Schweinsteiger na cabeça de área, Khedira e Kross pelo meio, com Müller e Ozil abertos e Klose na frente.

Por aí é possível perceber que são três maneiras diferentes de jogar no 4-1-4-1, com jogadores com características totalmente bem diversificadas, mas todas vitoriosas e com futebol vistoso. O Corinthians de 2015 foi o melhor time brasileiro desta década, tática e tecnicamente falando.

De qualquer forma, acredito que o 4-2-3-1 também deve ser bem treinado, para termos opções e variações táticas. Talvez, até, sendo o mais seguro num primeiro momento.

Posto isso, uma pergunta: onde jogadores como Pedrinho e Vital se encaixariam neste time no 4-1-4-1? Vejo ambos com mais possibilidades de jogar na função do Jadson, com menos responsabilidade defensiva e mais preocupados com o último terço do campo.

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