Matheus Pereira
Ficou claro em 2017 e 2019 que Fábio Carille carregava consigo lampejos do time de Tite. Para conseguirmos pontuar as semelhanças vamos voltar ao Corinthians de 2015, time que jogava bonito e trocava passes como nenhum no Brasil. Tite sempre argumentava que a defesa deveria ser compacta e que teriam de saber onde pressionar o adversário, paralelo a isso, os laterais deveriam ser efetivos no ataque, ajudando na parte ofensiva e fazendo a bola chegar nos goleadores.
Em 2015, Tite trouxe um novo jeito de postar o time em campo, o famoso 4-1-4-1, a primeira linha formada por zagueiros e laterais (frequentes no ataque), uma segunda linha composta pelos meias: esquerdo, geralmente mais habilidoso e mais frequente no ataque; um na direita que deveria ser mais cadencioso com a bola; e dois pelo centro que deveriam ser os coringas do time, ficavam encarregados de marcar e atacar, eram o motor do time.
O grande ponto da equipe se dava por Elias, o segundo volante, que tinha a chegada surpresa que o time precisava no ataque, sem esse componente não se teria resultado tão efetivos.
Passando para o trabalho de Carille em 2017 já podemos perceber algumas semelhanças, apesar de não usar o 4-1-4-1, Fábio gosta de montar o time com uma defesa compacta com laterais frequentes no ataque. No meio, o jogador aplicado na esquerda é habilidoso e com forte presença no ataque, função representada por Romero; na direita o jogador que servia como cadenciador permaneceu o Jadson; e por fim, o coringa se tornou Maycon, jogador com forte presença no ataque que chegou a fazer um golaço contra o Bragantino, era o motor do time.
Em 2019, apesar do título estadual, o Corinthians não anda bem das pernas, mas podemos ver resquícios de 2017 e 2015. A formação voltou a ser o 4-1-4-1, as funções no campo continuam as mesmas, porém, com peças diferentes. O meia pela esquerda é Clayson, rápido e driblador; o jogador que cai pela direita é Pedrinho ou Vágner Love, jogadores que partem para o meio; e o motor do time se dá por Júnior Urso, jogador que vem desempenhando um futebol muito bonito e vistoso, forte chegada no ataque e efetivo na defesa.
O ano de 2019 é marcado pela importância do segundo volante no time, assim como em 2015 e 2017. Carille tenta de alguma forma encontrar um substituto para Junior Urso, machucado que será desfalque contra a Chapecoense, o técnico arrisca em Richard e Ramiro mas a verdade é que Fabio não encontrou um jogador para fazer a função de Urso, Elias e Maycon.
O gol de Vagner Love, pelo Paulistão, e Elias em 2015, pela Libertadores, ambos contra o São Paulo, marcam a semelhança de jogadas que existem nas táticas dos treinadores, Fábio Carille e Tite. Os dois tentos foram criados de jogadas iniciadas pela direita, podemos dizer que é o lado armador do Timão e, os dois gols carregam com si a infiltração de um jogador na defesa adversária.
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