Pedro fez o Sul-Americano mais impressionante de um atleta do Corinthians, mas tenham calma
Opinião de Tomás Rosolino
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Sou espectador assíduo do futebol em geral e acompanho com afinco cada edição do Sul-Americano Sub-20 desde 1999. Por isso, posso dizer seguramente que a performance do atacante Pedro no torneio que terminou neste domingo, na Colômbia, foi a mais impressionante que eu vi de um jogador do Corinthians na competição.
Mas, calma. Ele ainda é muito jovem e vai precisar de tempo para se adaptar ao ritmo do profissional. Espero eu que o faça jogando.
A afirmação se dá não só pelo desempenho observado, mas também por vários fatores que compõem o cenário. Pedro começou o torneio com apenas 16 anos e se tornou o atleta mais jovem a marcar um gol pelo Brasil no torneio. A diferença física e emocional de alguém de 16 para alguém de 20 é absurda - e foi isso que ele superou.
Mesmo reserva, entrou durante 207 minutos na competição, participando de dois gols na vitória frente à Venezuela (um gol e uma assistência), outro contra o Equador (assistência) e fechando a campanha com o belo gol frente ao Uruguai. Incrível média de uma participação direta a cada 51 minutos.
O único jogador que teve um destaque maior durante esse tipo de torneio foi o atacante Ewerthon, em 2001. Na época, fez dupla com Adriano, anotou seis gols na fase final e acabou sendo um dos três grandes nomes do Brasil na competição - coisa que Pedro não foi, até naturalmente.
Ewerthon acabou convocado para a Seleção principal meses depois do Sul-Americano e tornou-se titular do Corinthians naquele primeiro semestre, registrando ótimos 16 gols e nove assistências em 34 jogos pela equipe. Tão bem que acabou vendido ao Borussia Dortmund por 8 milhões de dólares. A diferença é que ele já tinha 19 anos àquela altura e experiência prévia no profissional.
Aos 17, o atacante apenas sonhava integrar o estrelado grupo corinthiano do final dos anos 90 e não era lembrado para as seleções das respectivas categorias. Pedro está alguns passos adiantado, um mérito a ser reverenciado e usado como justificativa para os pedidos de calma.
São raros os jovens dessa idade que conseguem ter um impacto no time profissional. O maior exemplo recente foi Malcom, titular da equipe no segundo turno do Brasileiro de 2014 com 17 anos. Antes, Fagner, que assumiu a lateral direita nos últimos jogos de 2006, recebia a alcunha.
No século, porém, nada supera Jô. Até hoje o mais jovem autor de gol da história do clube, com 16 anos, se manteve como titular e foi artilheiro da equipe na temporada 2004, aos 17. Ainda contribuiu com o Brasileiro de 2005, tudo isso antes de ser vendido - e traçar a história que todos conhecem.
O fato é: seja Ewerthon, Fagner, Malcom ou Jô, Pedro estará muito bem acompanhado caso desenvolva carreiras parecidas com as do trio. Único dos três que defendeu a Seleção Sub-20 tão cedo, quem sabe ele não possa até superá-los.
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