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Dois episódios que explicam a falta de confiança do torcedor na gestão Duilio
Tomás Rosolino

Tomás Rosolino é jornalista faz um tempo. Formado em jornalismo pela Cásper Líbero, ex-Agora SP e Gazeta Esportiva. Hoje no Meu Timão. Vejo muito esporte, todo dia, o dia todo.

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Dois episódios que explicam a falta de confiança do torcedor na gestão que se despede do Corinthians

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Dois episódios que explicam a falta de confiança do torcedor na gestão que se despede do Corinthians

Duilio e Alessandro acompanham treinamento no CT Joaquim Grava

Foto: Rodrigo Coca / Agência Corinthians

Fui surpreendido nesta terça-feira com a absurda notícia de que o Corinthians acertou, no momento da venda de Lucas Piton, que cinco das seis parcelas de 500 mil euros a serem pagas pelo atleta iriam para a Elenko Sports, empresa que agencia atletas. O movimento pode fazer sentido, mas o incômodo maior é isso ter sido mantido em segredo por um ano pela diretoria do clube - de novo essa medida de esconder tudo a qualquer custo, um contraste com o nome Renovação & Transparência.

Quando se vê o panorama com essa clareza, é possível entender porque tanto Duilio quanto os seus diretores sempre fizeram pouco caso da dívida do Vasco com o Timão. Mostraram grande complacência e paciência, algo que nunca acontece com quem é credor do Parque São Jorge. Agora é óbvio: esse dinheiro não viria para os cofres corinthianos mesmo.

Por que não falar isso logo de cara? Ou no primeiro questionamento pelo atraso? No segundo? No terceiro? No vigésimo? O que o Corinthians ganha escondendo um movimento que até faz sentido para alguém afundado em dívidas? Perguntas que eu sinceramente não sei responder.

Descobrir isso apenas por uma ação da própria Elenko na Justiça é um elemento que acaba de matar qualquer confiança que a torcida podia ter na gestão. Se algo tão básico foi escondido, o que mais tem por aí? Custo a acreditar, aliás, que a outra parcela de 500 mil euros já não esteja prometida a alguma outra dívida.

Se eu dissesse que esse foi o primeiro golpe na confiança no último ano estaria mentindo, porém. Em janeiro, apurando a história do atacante André Luis, fiquei surpreso ao constatar que uma dívida de R$ 18 milhões registrada no balanço do clube - ou seja, contabilizada oficialmente - simplesmente não existia.

Sabem por quê? Bom, eu contei tudo nesta matéria, mas a verdade é que o Corinthians já sabia desde fevereiro de 2021 que não teria direito aos R$ 18 mi do time chinês por um erro da sua própria diretoria, que não respondeu a oferta no tempo determinado. Erro amador e escondido. Pior, ainda com uma pretensa dívida contabilizada a seu favor no balanço mesmo sabendo que isso não aconteceria.

A solução só veio a aparecer em janeiro de 2023 porque André Luis foi vendido e causou uma celeuma: ué, e aquele dinheiro que o Corinthians tinha para receber? A diretoria ainda tentou vender como um bom negócio por ter mantido os 25%, mas o erro crasso de anos antes permanecia.

Futebol e a vida não são feitas de santos ou pessoas perfeitas, isso é claro. Mas se tem uma coisa que posso pedir para a nova gestão, ela seria: seja realmente transparente com erros e acertos. Descobrir essas coisas por meio de outros é sempre pior e acaba por tirar do torcedor a capacidade de confiar em quem comanda.

Veja mais em: Duílio Monteiro Alves e Diretoria do Corinthians.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Por Tomás Rosolino

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