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O que Sylvinho já disse sobre variação tática e até mesmo comandar um time limitado
Andrew Sousa

25 anos, formado em Jornalismo na Univali e fiel desde o primeiro de seus dias.

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O que Sylvinho já disse sobre variação tática e até mesmo comandar um time limitado

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O que Sylvinho já disse sobre variação tática e até mesmo comandar um time limitado

Sylvinho falou recentemente sobre suas ideias táticas e deu um norte do que pode ser o trabalho no Corinthians

Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians

Anunciado pelo Corinthians neste domingo, Sylvinho gera muita curiosidade da Fiel. Auxiliar de Tite e Mano Menezes, o novo comandante alvinegro só teve um curto trabalho como treinador: foram apenas 11 jogos no Lyon, da França, com três vitórias, quatro empates e quatro derrotas.

Diante disso, os torcedores não têm muito no que se basear para avaliar o que está por vir. Como ele só chega no meio da semana, ainda não há qualquer entrevista falando como treinador do Timão. Em falas recentes, porém, dá pra ter uma ideia do que pode ser o seu trabalho no CT Joaquim Grava.

A entrevista é de agosto de 2020, ao GloboEsporte.com, e Sylvinho garante ter aprendido com os erros no Lyon. No clube francês, não conseguiu dar uma cara ao seu time. Depois de se apresentar dizendo que gosta de um 4-3-3 que fica com a bola no ataque, ele se moldou ao que viu em campo nos primeiros testes e montou um 5-3-1-1.

Essa mudança mostra um dos principais pontos do novo comandante alvinegro: ele não se prende a esquemas e pode variar, inclusive, dentro das partidas.

"A metodologia é inegociável, depois há ajustes. Mas esse trabalho é de tentar entrar na cabeça do treinador. Se ele estiver tomando muitos gols, diagnosticar a situação para entender por que jogou com esse, por que aquele entrou no segundo tempo. Muda ou não o sistema? Há vários times jogando em dois sistemas, atacando no 4-1-4-1 e se defendendo no 5-3-2. Ou fazendo 3-4-3, 3-4-2-1, e defendendo com 5-3-2, 5-3-1-1 ou 5-4-1. Há um Sylvio Campos bem formado, mas preciso tirar outras conclusões porque há situações abertas", ressaltou na oportunidade.

Aquele Sylvinho que pretendia atuar em um 4-3-3, então, mudou. No Corinthians, é possível que tenhamos a sequência da linha de três zagueiros, implementada por Vagner Mancini na reta final de seu trabalho. A saída de bola com três, inclusive, já é tida pelo treinador como uma característica sua - até por ter testado no Lyon, em uma linha de cinco.

"Fiz anotações de coisas que agora são minhas, da saída de bola com três, ou com o meio-campista por dentro ou com um dos laterais; depois, de uma segunda construção de jogo, que movimentação os meias faziam. As coisas têm de ser revistas porque o futebol é um processo enorme de evolução o tempo todo", completou.

Na França, um dos problemas do seu esquema foi a falta de liberdade para os laterais, algo que tem de ser regulado no Corinthians. O elenco, afinal, tem em Piton e Fagner duas excelentes válvulas de escape.

Outro ponto destacável da mais recente entrevista de Sylvinho é a sua ideia em torno do bom futebol mesmo com um time limitado. No Timão, o ex-lateral vai encontrar um plantel com deficiências, mas isso não deve alterar a sua ideia de jogar um bom futebol e ter a bola. Com sinceridade, porém, ele admitiu na época que os títulos ficam bem distantes quando não há material humano de ponta.

"Se for alguém de extrema capacidade, ele precisará de 1,5 segundo para tomar uma decisão e fazer sua jogada. Se não for, precisará de 2,5 segundos, e aí eu preciso que o adversário esteja um pouco mais longe porque ele não vai conseguir, vai perder metade das bolas. Preciso criar uma situação para que ele receba, esteja olhando o adversário e tenha esses 2,5 segundos. Eu preciso ajudá-lo", destacou.

"É um trabalho de link, de estudo, correção, de um tempo que não temos. Dá para jogar bem, tenho que criar os mecanismos. Mas não tenho ilusão acima das expectativas, não se pode esperar que um time sem jogadores de primeira linha possa ser campeão. Mas pode jogar bem", concluiu.

Em tese, então, o Corinthians ganha um técnico disposto a fazer muito com pouco e que, para isso, aposta na adaptação das suas ideias ao que tem à disposição com o elenco. Chances boas de vermos a manutenção dos três zagueiros ou até mesmo um 4-3-3 eficiente sem um homem de referência.

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Veja mais em: Sylvinho.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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