x
O pênalti em Cuesta e a tentativa de justificar o injustificável
Jorge Freitas

Colunista esportivo do portal 'No Ângulo', este internacionalista é mais um louco do bando e busca analisar o Timão com comprometimento com a realidade e as necessidades do maior clube do planeta.

ver detalhes

O pênalti em Cuesta e a tentativa de justificar o injustificável

Coluna do Jorge Freitas

Opinião de Jorge Freitas

12 mil visualizações 92 comentários Comunicar erro

O pênalti em Cuesta e a tentativa de justificar o injustificável

Cássio e Marcelo de Lima durante partida do Corinthians contra o Internacional

Foto: Danilo Fernandes / Meu Timão

O Corinthians foi ridiculamente prejudicado neste final de semana no jogo contra o Internacional. No entanto, o que mais chamou atenção nesse momento é a inexplicável tentativa dos comentaristas de arbitragem de justificar o injustificável.

O Brasil é um dos poucos países que possuem comentaristas de arbitragem em suas transmissões de futebol. Sabemos que a arbitragem brasileira é uma das piores do mundo e que aqui se comete um erro com a mesma frequência que se entra em campo, de domingo a quarta, de quarta a domingo.

O problema é que ao se aposentarem, alguns árbitros costumam alcançar patamares influentes, seja como comentaristas esportivos ou como chefes da casa de arbitragem, o que acaba gerando espaço aberto para justificativas com base em interpretações exclusivas da regra, não da prática de jogo.

Sábado, durante o pênalti cometido em Cuesta, Sálvio Spínola, comentarista de arbitragem da Rede Globo, interveio ao dizer que o lance deveria ser anulado pela posição irregular do zagueiro, mas alterou sua posição após o intervalo com a justificativa absurda de que o jogador não participava do lance na hora em que sofreu a infração.

Ora, vamos aos fatos.

Primeiramente, é notável que a bola chegaria a Cuesta se não fosse tirada no meio do caminho. Aliás, um dos critérios objetivos quando se marca impedimento do jogador é a sua vontade demonstrada em querer participar do lance. Por isso, vemos jogadores com os braços abertos saindo da bola quando se acusam em posição de impedimento, indicando o desinteresse em receber a bola do companheiro.

Cuesta queria a bola. Correu em direção ao gol com o objetivo de participar ativamente da jogada, de alcançá-la e, se possível, fazer o gol. Está claramente demonstrado o seu interesse em participar do lance.

Outra que se utilizou de uma justifica absurda foi a comentarista de arbitragem da ESPN, Renata Ruel.

“A regra fala que o jogador pode estar em posição de impedimento sem constituir uma infração. Para ser infração, esse jogador precisa participar de jogo ativo. E o que é participar de jogo ativo? É interferir no jogo tocando na bola, interferir no adversário (bloqueando a visão, a passagem ou disputando a bola com o adversário que já esteja na disputa) ou ganhando vantagem por estar na posição após a bola bater na trave ou rebote do goleiro.

O que acontece é que o Cuesta está em posição de impedimento, mas ainda não participou de jogo ativo na hora que vai para a jogada, não comete nenhuma infração".

Sinceramente, há alguém que desconsidere que naquele momento Cuesta participava ativamente do jogo? Sua razão para correr em direção ao gol era outra senão atacar a bola? E mais, Cuesta não interfere na passagem de Jô ao tentar defender o lance do Internacional?

Ela complementa:

"Quando ele iria participar de jogo ativo? Se ele estivesse disputando a bola com o Gil ou se essa bola viesse aonde ele está em disputa com o Jô".

Precisa ser expert em física para entender que, não fosse o corte de Cantillo, a bola iria exatamente aonde Cuesta chegaria? Se perguntarmos tanto para Cuesta quando para Jô se estavam em disputa da bola naquele momento, eles diriam que sim ou que não?

Nem há o que se interpretar. É bizarra a tentativa de justificar o injustificável. Cria uma impressão de que árbitros sabem ler a regra, mas possuem entendimento limitadíssimo sobre a dinâmica da prática do futebol.

Ainda pior é que é capaz de vermos, daqui cinco ou dez anos, Marcelo de Lima com o microfone para defender outros absurdos que continuarão existindo na cada vez mais arcaica arbitragem brasileira.

Veja mais em: Erros de arbitragem e Campeonato Brasileiro.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

Avalie esta coluna
Coluna do Jorge Freitas

Por Jorge Freitas

Colunista esportivo do portal 'No Ângulo', este internacionalista é mais um louco do bando e busca analisar o Timão com comprometimento com a realidade e as necessidades do maior clube do planeta.

O que você achou do post do Jorge Freitas?