4 x 0: o torcedor feito de trouxa
Opinião de Walter Falceta
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Você, que rala e trabalha, paga absolutamente todas as contas do Corinthians.
Você gera o recurso que mantém o gramado da Arena e que honra o salário do jogador magnata.
Paga como sócio patrimonial. Paga ao adquirir ingressos para os jogos, como Fiel Torcedor ou avulso.
Paga também ao acompanhar o time pela TV fechada e ao comprar o pay-per-view. Paga caríssimo ao consumir produtos licenciados.
Paga até mesmo ao assistir aos jogos na TV aberta, pois é a sua audiência que garante o patrocínio da emissora e o consequente repasse de valores ao clube.
Com tamanha contribuição, o Corinthians tem tudo para ser gigante, o maior entre os maiores.
E o que se espera de quem gere esses recursos? Bom senso, competência, responsabilidade e, principalmente, coragem para defender a instituição.
Hoje, no entanto, o corinthiano é vítima de um logro, de um engodo, de uma fraude moral.
Afinal, os que dirigem o clube se excedem em estupidez, incompetência, irresponsabilidade e covardia.
Desde o fim da temporada passada, o Corinthians se consolidou como grande balcão de negócios. Fez a festa dos tubarões intermediários, que enriquecem com a vitrine mosqueteira.
Ao mesmo tempo, contratou (muito mal) por ordem e interesse desses atravessadores. Incorporou ao elenco atletas com graves deficiências técnicas e outros que, no mais escancarado descompromisso, jamais valorizaram nosso manto sagrado.
No meio do Campeonato Brasileiro de 2016, a cartolagem ajoelhou-se uma vez mais diante desses parasitas, promoveu novo desmanche e resignou-se a constituir uma campanha mediana.
Ainda que abastecido de gordas receitas, o Corinthians dos dias atuais conforma-se com a mediocridade.
Neste ano, aliás, o time venceu apenas dois de nove clássicos, com aproveitamento de 25,9% dos pontos disputados. Neste quesito, é o pior desempenho desde 2008.
No segundo turno do Brasileiro, cometeu a proeza de perder para Palmeiras, Santos e São Paulo. Tomou 8 gols e anotou apenas 1.
Nos 4 a 0 deste sábado, o fatigado, previsível e tolo time de Oswaldo de Oliveira desfez mais um tabu: há 13 anos, os donos da casa não venciam o Corinthians em jogos do Brasileirão.
Passando vergonha, sob o coro de “olé” dos tricolores, o catadão alvinegro desfilou sua zaga confusa, seus volantes perdidos, seus armadores cansados e seu ataque inexistente.
O retumbante fracasso compõe triste retrato da administração liderada por Roberto de Andrade. Ele, teimoso, resiste em tomar a decisão que lhe emprestaria um último naco de dignidade: renunciar.
Enquanto isso, em todo o Brasil, sofremos todos nós, amantes e mantenedores da brava agremiação fundada pelos heróis trabalhadores do Bom Retiro.
Feitos de trouxas, sim. Mas não por todo o tempo. Afinal, aqui é Corinthians!
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.