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Comentário de Ednilson Valia em "É preciso amar (e perdoar) como se não..."

Ednilson Valia

Ednilson Valia

Reservo-me nesse texto a tristeza e nostalgia. Dida, Indio, Adilson, Fábio Luciano e Kleber; Rincón, Vampeta, Ricardinho e Marcelinho; Luizão e Edílson. Técnico Oswaldo de Oliveira.

Ignorado pela elite, o povo(parte dele) tinha no Corinthians, não um time e sim um grito da periferia. O paulistano é alienado e vassalo do papo patronal:
"SÃO PAULO, A LOCOMOTIVA DO BRASIL"

Nunca foi o vagão, o condutor, o trabalhador da cidade de maior população do país continua sendo o combustível, precisamente o carvão, queimando e virando fumaça para aumentar a velocidade do enriquecimento do "Senhor Feudal" também conhecido por essas bandas como "chefe", "empresário" e "patrão".

Como escutei de colegas, parentes, em conversas informais no transporte coletivo e confesso, envergonhadamente que repeti a ladainha: "Coitado do patrão, paga muito imposto". Prova maior da consciência idiotizante do "carvão" (trabalhador) que está sempre na labuta.

O dia 14 de janeiro de 2000, finalmente pude dar o grito da periferia, não mudou nada na vida dos ricaços de sampa. Foi até bom, aumentou a produtividade de boa parte da população, que estava feliz no primeiro mês do século XXI.

Na data citada no parágrafo acima, o Corinthians venceu o Vasco na final do primeiro mundial organizado pela Fifa. Gritei pós-jogo, pela madrugada enchi a cara, fui para o Parque São Jorge, sede do Timão na zona leste de São Paulo. Poucos jogadores foram até lá, comemorar com a torcida, mas o capitão foi, homenzarrão, preto, camisa oito, que honrou. Eu gritei para ele, que estava em cima de um carro de bombeiro e o capitão respondeu com os pulsos cerrados erguidos. Gosto de pensar que foi uma retribuição ao meu chamado. A sua morte aos 55 anos, em 13 de abril de 2022, também marcou a morte daquele grito que me libertou de algo, mas hoje, refletindo, só me fez lembrar das algemas que nunca saíram dos meus pulsos.

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