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Fórum do Corinthians

O futebol no rádio está próximo do fim?

Tópico Lendário Entenda as regras
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Alexandre 1.065 posts

Publicado no Fórum do Meu Timão em 24/01/2022 às 19:05
Por Alexandre Eduardo da Silva (@alexandre.eduardo.d2)

Nas décadas de 80 e 90 a bilheteria dos jogos era uma importante fonte de renda dos clubes, bem mais do que é hoje.

Como só havia TV aberta na época, era comum os clubes proibirem a transmissão de certas partidas para a mesma praça do evento, a fim de que garantir que o torcedor fosse ao estádio e comprasse seu ingresso para ver o jogo de seu time de coração.

Para o corintiano que, por algum motivo, não podia ao ir ao Pacaembu ou Morumbi, restava o rádio. Mesmo com a boa qualidade das transmissões, sofria-se bastante ao ouvir e tentar imaginar como foi aquele drible, se a falta merecia cartão, se a bola realmente passou perto da trave, se o gol foi bonito, por qual motivo a Fiel estava gritando naquele momento, etc.

Por outro lado, penso que esse exercício de imaginação despertava ainda mais no torcedor a paixão pelo futebol. A transmissão radiofônica, para compensar a ausência da imagem, era rica nos detalhes não só da partida em si mas também dos bastidores do jogo. Era muito comum ver nos estádios torcedores com seus radinhos de pilha na orelha, na busca de maiores informações de seu time.

Aqui em SP, tínhamos como principais opções para ouvir os jogos as rádios Globo, Jovem Pan, Record e Bandeirantes, cada uma com suas vinhetas e bordões. Os melhores locutores, comentaristas e repórteres de campo eram bastante disputados e conhecidos do grande público. Transmitir futebol naquela época deveria ser difícil, pelo rádio então um verdadeiro desafio.

Com o advento da internet e da TV por assinatura, bem como pelo fato dos direitos de transmissão terem se tornado mais rentáveis para os clubes do que a bilheteria, o rádio foi perdendo a grande audiência que tinha. Algumas emissoras criaram plataformas para transmitir os jogos pela internet, outras deixaram de fazer jogos. Nos estádios, os radinhos de pilha deram lugar aos celulares.

Não sei dizer, sinceramente, se um dia as transmissões dos jogos pelo rádio irão acabar. Por enquanto, fico com as lembranças de grandes jogos do Timão nas vozes de Osmar Santos, Fiori Gigliotti, José Silvério, Oscar Ulisses, Nilson César e Deva Pascovicci.

Valeu, galera! Vai, Corinthians!

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André 6.250 posts

@andre.oliveira76 em 24/01/2022 às 21:47

Época boa meu amigo.

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Nando 5.381 posts

@orlando.neto2 em 24/01/2022 às 21:16

Quando estou na Neo Química, vejo o jogo e ao mesmo tempo, ouço a transmissão na rádio... Faço isso desde que comecei a ir nos jogos, com 14 anos (em 1999). O rádio felizmente não irá morrer.

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Michell 392 posts

@michell.santos1 em 24/01/2022 às 21:13

José Silvério era o que eu mais gostava.

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Renan 1.863 posts

@renan.costa16 em 24/01/2022 às 20:19

O rádio em si, acredito que não vai acabar nos próximos anos. Hoje grande parte da audiência se dá em programas de notícias/entretenimento. Pessoas que estão se locomovendo, trabalhadores noturnos e a dona de casa mais antiga ainda consomem bastante rádio. Obvio que não é um público massivo e as receitas de rádios tendem a decair.

A Jovem Pan lá no final da década de noventa aderiu a transmissão em vídeo de seus programas e fez muito sucesso conforme a velocidade de banda da internet começou a subir. Alguns programas resistiram mas hoje a sua grande maioria transmitem simultaneamente no rádio e internet. Acredito que isso deu um gás novo para o rádio com um público mais jovem que acompanha programas como o pânico ou mesas redondas esportivas.

Com relação a transmissão do futebol em si, acredito que a audiência deva ser bem baixa mesmo. O rádio deve ser a última opção para alguém que quer acompanhar o jogo, talvez por não ter internet de banda larga para assistir em um link pirata por exemplo ou por estar trabalhando/em locomoção.

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Rafael 1.571 posts

@rmartini em 24/01/2022 às 20:06

Talvez em alguns lugares o rádio vá perdendo espaço, o rádio AM mesmo já está deixando de operar em algumas faixas, com a emissora transmitindo no FM.

Aqui na capital paulista, é bastante comum o pessoal ouvir FM, os programas de rádio costumam ter boa audiência e índices consistentes. Eu mesmo, no carro, só escuto FM. Gosto da imprevisibilidade da próxima música e de ouvir uma notícia no intervalo.

Não creio que vá acabar, talvez mude o formato e tal. Por exemplo, embora eu não curta o formato, os podcasts, que viraram sucesso nos últimos tempos, aquilo é programa de rádio, tanto que tem muita gente que escuta enquanto faz outras atividades.

Parabéns pelo post e vida longa ao rádio!

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Sérgio 16.239 posts

@sergio.libanori em 24/01/2022 às 20:06

Desde quando surgiu a televisão, no início dos anos 50, dizem que o rádio vai acabar. E ele não acaba porque tem muitos fãs. Eu sou um deles. De manhã, indo trabalhar, primeira coisa que faço após ligar o carro, é escutar o noticiário do rádio. E escuto as transmissões esportivas e muita música também.

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Ws 1.551 posts

@fiel.tucuruvi em 24/01/2022 às 20:02

Cara, eu tinhas uns 13 anos, e estava atrás do gol do Basílio, na arquibancada superior.. Tenho os 3 ingressos até hoje das 3 finais de 77.

No gol do Paulinho, nesse dia, eu arranquei um portão de ferro da casa de um amigo de tanto que bati e o batente vei junto.. E ele quase vira seu próprio carro, Uno, de tanto que ficamos na loucura..

O rádio nunca vai acabar..

Mas dá muita saudade sim, dos tempos que o futebol era um esporte popular..

Lembro que ouvia pelo rádio e esperava ansioso passar o vídeo tape, na TV Cultura, as 10 da noite, com narração de Orlando Duarte. O jogo na íntegra, e com som da torcida bem limpo e forte, ao contrário de hoje que cortam o som..

Na rádio, anos 80,. Osmar Santos foi o melhor, narrava em cima do lance e com uma linguagem descontraída e avançada para a época. Dava muita emoção. Mesclava com músicas. No balancê, balancê. Gal Costa.

Fiori Giliotti, embora tenha sido um grande narrador, mas nunca gostei muito pois, na hora do Gol, ele demorava um pouco, pois você sempre ouvia antes dele gritar gol, o som da torcida. Então, já sabíamos se tinha saíido gol ou não. Tirava um pouco da emoção.

Já nos tempos mais atuais, embora santista, o Deva (Deus o tenha), na CBN, com som muito limpo e forte da torcida, era o melhor. Dava muita emoção e não tinha bordões, nem frase feita como os Galvão da Vida. Sentia o lance.. Era emoção pura e falava o que sentia.. Maios ou menos como Luciano do Valle, na TV.

Bons tempos. Quem viu viu.. E tem história pra contar.

Saudade do boi na brasa (pernil na frente do Pacaembu) e você sentava onde queria. Não tinha divisas..

Cheguei a tomar cerveja nos bares dentro do Pacaembu. Umas garrafas de vidro que o vendedor virava no copo de papelão. Não tinha pizza hut, fast food, essas merd...

Para quem não viveu isso, pode ter certeza que não é papo de saudosista.. Mas de realista, com lembranças de uma época em que éramos o pais do futebol.

Saudade de fazer sua própria bandeira de mastro e levar.

Comprar seu próprio rojão e da expectativa da subida do túnel e ver a festa das arquibancadas.. As organizadas não eram facções politicas compradas..

Se preocupavam em fazer a festa..

De chegar cedo e esperar os gaviões chegar com a bateria ensaiando o samba enredo de 94, Vou, vou pra Bahia, acende a chama do segredo der yayaiá..

Tudo isso se confunde com a história do rádio. Você levava seu radinho e acompanhava em detalhes o que estava acontecendo no campo.. Ninguém estava preocupado em tirar self, mas sim, com o jogo...

Infelizmente os tempos 'involuiram' Tá tudo uma merd... Isso vale para o futebol, pra música, pra cultura, pra sociedade.

E os tecnocratas da bola, acabaram com tudo isso.

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Drasccp 8.046 posts

@drasccp em 24/01/2022 às 19:53

Vai depender muito da qualidade das transmissões. São poucos os narradores da nova geração que mostram talento. A maioria já começa a carreira focando na TV. Dificilmente ouviremos novamente um talento nato como Fiori Giglioti, Osmar Santos ou José Silvério, os maiores na minha opinião. Da nova safra de narradores, o que eu mais gosto é o Marcelo do Ó. Mas, é bem raro eu acompanhar transmissões pela rádio na atualidade, já nos anos 90, eu não perdia uma transmissão dos jogos do Timão, com a narração do José Silvério, era melhor do que assistir pela TV.