08 de março de 1998, eu tinha 9 anos, a minha primeira vez em um estádio de futebol. Fui acompanhar, com meu pai, minha mãe e meu irmão, o belo time de 1998, ainda em formação, contra o Ituano, no Pacaembu.

Belo gol de Mirandinha, sempre veloz pelas pontas...depois sofremos o empate...

Brincava com meu pai, o Marcão, que ali surgiu a nossa tradição de assistir empates em estádio. Foram mais alguns que lembro de cabeça. Empate do título paulista contra o Botafogo de Ribeirão, empate contra o Botafogo do RJ (esse levamos gol de falta no último minuto)..

Mais pra frente, nos tempos de glória do Corinthians, ele tinha medo de ir ao estádio. Não pela violência, mas tinha medo de 'passar tanto nervoso'. Em casa, assistia trocando de canal, para não se estressar muito... Se separava da família, ficava no quarto e o restante na sala... Em uma dessas, foi dele o primeiro grito de gol que ouvi no gol do Guerrero, no mundial contra o Chelsea. Demos um peixinho na sala, juntos, loucura total.

Meu pai nos deixou no último dia 18, só agora me sinto com alguma condição emocional de escrever sobre isso. Um final cruel para um homem que só fazia o bem e trazia alegria para todos. No velório as palavras eram essas... 'sorriso', 'alegria', 'engraçado', 'uma figura'...foi embora aos 64 anos apenas...

Mesmo no fim de vida, já doente, brincou sobre o último campeonato mundial de clubes. Queria que cancelassem o jogo da final por causa do atentado terrorista, achava um absurdo colocar os coitados dos palmeirenses em risco.

Se existe vida após a morte, Deus, paraíso, eu não sei... Mas sei que esse cara teve uma vida muito boa e deixou valores e uma paixão pelo Corinthians que vou levar até o meu final... Saudades meu pai! Sua última música foi o hino do Timão!