Análise: Corinthians segue sem saber o que quer em campo e perde até 'hierarquia'
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Por Tomás Rosolino
O Corinthians é um time que não sabe o que quer. Repete várias vezes que é preciso coragem para sair jogando, trabalhar a bola, mas não demonstra o mesmo afinco para agredir a marcação adversária, chegar à meta frequentemente. Fica em um limbo e começa até a perder o que sustenta a atual temporada: sua "hierarquia".
O time chegou na final do Paulista e conseguiu ficar invicto em clássicos por ter pilares históricos em campo, como Cássio, Fagner, Gil e Jô. A esperança era que esse quarteto fosse capaz de liderar o clube a bons resultados, mas um empate em casa frente ao Fortaleza e uma derrota nos minutos finais em um clássico, algo raríssimo na história do clube, indicam que nem isso tem servido.
Os jogadores, é claro, têm grande parcela de culpa. Erros técnicos muito bobos têm sido frequentes e mesmo os pilares não são infalíveis e vão errar. Taticamente, porém, o Corinthians segue em um limbo.
O começo do jogo mostrou um Corinthians corajoso para sair jogando, trabalhar a bola entre os zagueiros e fazê-la chegar com qualidade no meio. O problema é que a marcação pressão do São Paulo estava encaixada e a dupla Éderson/Araos não conseguiu dar continuidade nas bolas que recebeu.
Encaixotado, o Timão viu o São Paulo rondar sua área, apostando principalmente nos cruzamentos, até uma falta infantil de Léo Natel dar a chances que os donos da casa esperavam. Hernanes já havia dominado mal e seria desarmado, mas o ponta chegou atrasado e o derrubou. O belo chute e a falha de Cássio decretaram o 1 a 0 para os donos da casa.
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O Corinthians pouco fez para empatar, mas uma fragilidade na defesa do São Paulo deu a Ramiro a chance de entrar no espaço nas costas de Liziero. O meio-campista chutou mal, mas conseguiu vencer Tiago Volpi.
O time chegou a melhorar discretamente, jogando mais bolas em Jô, mas o bom momento acabou por causa dos inúmeros erros técnicos da equipe, finalizado de vez com o encerramento da primeira etapa.
Nunes voltou para a etapa final com Luan na vaga de Araos, buscando melhorar a qualidade do passe. O camisa 7 até deu continuidade em algumas jogadas, principalmente quando Mosquito entrou, mas faltou ao ponta um pouco mais de capricho nos bons lances que criou. Sua participação talvez seja uma das raras notícias boas do clássico.
Sidcley, aparentemente cansado, errou bastante tecnicamente e passou a ser um mapa da mina para o São Paulo. Éderson, outro bastante desgastado, não conseguia mais marcar e sair jogando. Foi a senha para os donos da casa saírem de trás e, em boa jogada construída acharem Brenner livre entre Sidcley e Avelar (de novo) para decretar a derrota alvinegra.