Meu Timão

Cavani seria uma BAITA contratação.

Joga muito e quer muito. Eu teria raiva de que alguém o contratasse com seus 36 anos, já dobrando o cabo da boa esperança, se achando o deus na terra, como muitos sulamericanos que fazem nome na Europa e vêm pra cá tratando torcedores, campeonato local e a imprensa como meros mortais.

Odeio isso e foi o que o Roberto Carlos, por exemplo, fez conosco. Veio aqui pra tirar férias remuneradas. Dispenso e sei que este não é o caso do Cavani. Acredito, aliás, sei que ele acrescentaria demais tecnicamente à equipe.

O caso é que...NÃO É O MOMENTO de ter um jogador da envergadura dele. E sim, ele tem mercado na Europa, portanto essa visão da envergadura dele não é babação de ovo. Ele ainda joga muito.

O problema é que, com ele em campo, nos teríamos 2 Corinthians: um com Cavani e outro sem, toda vez que ele não jogasse. Era igual os tempos do Ronaldo. Era um com ele e outro com Souza Caveirão. E a verdade é que nós não temos NEM UM Corinthians pra começar a ter dois. Uma ilustração bem #$!@% de ruim: é igual criança que toma banho de gato pra voltar pra rua brincar e ficar mais fedido ainda. Só molha o cabelo e a catinga, do pescoço pra baixo continua e depois piora.

Precisamos de um time com filosofia, coração e força pra ATACAR. Que isso seja a natureza do time e com equilíbrio de time campeão, que sabe sim, se defender. Hoje todo mundo teme o Atlético como temia o Flamengo há 2 meses. Foi só um cara estrategista, como o Abel - não disse gênio, disse estrategista - estudar o Flamengo por meia hora que castrou o time inteiro deles. Faltam técnicos e confrontos com tais técnicos pra capar o Cuca e o time do Atlético e mostrar que essa filosofia é bonita, todo mundo gosta, mas pra conquistas com decisões difíceis, de mata-mata, não é confiável o suficiente.

Esse é o time que eu quero: equilibrado, sólido, na frente e atrás. Sylvinho não parece que vai dar isso para o time. E com Cavani na frente haveria sempre a ilusão de que com ele, o time adquire super poderes, habilidades do Olimpo, pra passar por cima da sua incapacidade, vencer seu aleijamento técnico e tático.

Um centroavante com menos pretensão de ser o herói - auto eleito assim ou eleito de tal feita pela torcida - serviria pra forçar o time, por assim dizer, a jogar e melhorar de verdade, nunca mascarando suas deficiências com a presença 'divina' de um estrelão da Europa. O time de 2009, no Brasileirão era ruim e preguiçoso por causa da presença do Ronaldo. Com Cavani, sinto que será a mesma coisa.