Giovani Leite
No dia 26/03/2022, dia que antecedeu a semifinal do paulista, entre Corinthians e São Paulo, chegaram em Eldorado vindo de São Luiz do Maranhão, toda a família da minha esposa para o aniversário da avó dela, dona Salete, que completaria no dia 27/03/2022,87 anos.
Seu João Vitorino, ex-marido de dona Salete, falecido a 5 anos atrás, era palmeirense, e com exceção do meu sogro que é São Paulino, toda a família é de palmeirenses. Tirando a rivalidade são pessoas muito boas e de ótima convivência comigo.
Após o jogo do Palmeiras e Bragantino, fomos a uma pizzaria e conversando com um dos primos da minha esposa sobre futebol, ele me disse:
- A final vai ser entre Palmeiras e São Paulo, eu já retruquei: - tudo isso é medo.
Então ele me disse: - estou falando com a razão. Vocês possuem um time melhor, um excelente técnico, mas ainda estão em formação. Hoje o São Paulo é um time mais pronto que o Corinthians, esse técnico é muito bom, mas ainda precisa de tempo para mudar uma filosofia de jogo, que o Corinthians possui a muito tempo. O Corinthians vai incomodar esse ano porque tem um bom time e um bom técnico, mas não no paulista porque não teve tempo hábil para trabalhar.
A emoção tomou conta de mim e pensei: - tudo isso é medo de enfrentar o Corinthians na final.
Passado o jogo, passando aquele momento de raiva, fui ver a entrevista do Vitor Pereira, percebi realmente se trata de um bom técnico, ele consegue entender o que passou no campo, quais foram suas ideias, dizer o que deu errado e o que deu certo, o motivo de suas alterações no meio da partida, diferente de entrevista como estamos acostumados aqui no Brasil.
Lembrei do João, primo da minha esposa, e no que ele me disse. Se até os adversários sabem do potencial do time e do técnico, porque nós torcedores temos que duvidar desse time. Ouvi muitos dizer que o técnico é um burro, jogadores não prestam, time sem raça, time medíocre, elenco ultrapassado, jogadores vivendo do passado.
Li e ouvi muitos os que dizem ser “especialista” que o time não mudou do que era com o Silvinho. Aí pergunto “estão falando com a razão ou com a emoção”. Claro que ainda ele não conseguiu trabalhar a equipe para fazer pressão alta, que é uma das principais características de seus times, isso exige tempo e treinamento, não se trata apenas do ataque e meio subir as linhas e sim um time com um todo, não é da noite para o dia que faremos isso, e durante esse percurso vai acontecer erros, que como consequência ficarmos vulneráveis defensivamente. Hoje vejo tanto Piton como Fagner pisando na área, tem circunstância que ambos estão dentro da área. Vejo triangulações e ultrapassagens que antes não tínhamos, isso em duas semanas de trabalho. Acho que com tempo teremos um time competitivo a ponto de disputarmos todas as competições que entramos. Agora precisamos apoiar e dar respaldo de trabalho para essa comissão e para os jogadores.