Tiago Assano
William abriu mão de uma verdadeira fortuna para vir ao Corinthians. Ao encerrar seu contrato com o Arsenal ele deixou de ganhar 123 milhões de reais.
Veio para realizar o sonho de seu pai. Sr. Severino, torcedor fanático, tinha o sonho de ver o filho brilhar no time do coração. Isso mostra a imporância da família para o William.
Abriu mão do dinheiro, justificou à época, para buscar felicidade.
Seguidas lesões atrapalharam seu desempenho, e apesar de muitas vezes jogar bem, não foi decisivo como se esperava.
A expectativa frustada da torcida se transformou em raiva, violência e ameaças.
Ele, a esposa e filhas receberam, e provavelmente recebam até agora, xingamentos, e ameaças via redes sociais.
Ninguém é feliz com a família ameaçada. Independente do seu salário e do saldo em sua conta bancária.
Infelizmente, o William não encontrou a felicidade no Corinthians e deve voltar a Europa.
E assim, o clube perde um jogador de um nível que ele não tem condições de repor.
É uma situação onde todos perdem. O atleta, seu pai, a família, o clube, a torcida.
Por aqui eu me pergunto o que motiva alguém a ameaçar atletas, suas famílias, inclusive CRIANÇAS?
AMOR ao clube? Isso não é amor, é doença.
E uma burrice enorme.
Cria uma espiral destrutiva onde problemas familiares levam a perda de foco e motivação, que leva a perda de performance, aumento das críticas e consequentemente aumento da violência.
Se eu me coloco no lugar do William, tomaria a mesma decisão. Se ele tem a opção de escolher onde vai jogar, e a independencia financeira para isso, por que deixaria a família passar por uma situação dessas? Vai correr o risco de um louco cumprir a ameaça?
A cultura do joga por amor ou joga por terror tem que acabar.
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