Dyego Bianchini
Falou mt e falou b**** (apesar te ter lido apenas algumas linhas já percebi a porcaria)...fantoche da grobe!
em Bate-Papo da Torcida > Corinthians, a essência nem sempre entendida
Em resposta ao tópico:
A atitude dos jogadores ontem ao final do jogo indo abraçar o Cuca foi uma afirmação do arraigado conservadorismo que persiste no futebol: aquele que reforça o machismo e chega a flertar – como vimos em comentários nas redes sociais - com a misoginia.
Quando o capitão Cássio levou os demais jogadores para o abraço fraternal e conciliador, ele se afastou das mulheres que também jogam futebol no clube, e que tiveram a coragem de se posicionarem, e também das torcedoras corinthianas que ajudam a alimentar a paixão pelo Corinthians.
A caminhada até o abraço masculino coletivo que durou alguns segundos, teve uma outra relação com o tempo, uma relação reversa que voltou ao menos trinta anos, quando a consciência social de proteção à mulher não tinha os holofotes e a representação que têm hoje.
O episódio encerrado ontem depois de apenas 1 semana me leva a outras considerações.
O futebol, mais do que não se separar do ambiente global em que está inserido, acaba por reforçar alguns aspectos mais negativos da sociedade.
O bolsonarismo escancarou mazelas humanas que imaginávamos ultrapassadas. O futebol, um pedaço representativo do retrato da sociedade, arrasta com ele as realidades que vão sendo construídas. O Corinthians, historicamente, se apresentou ao mundo do futebol como o clube que era a representação das parcelas mais populares e oprimidas da sociedade e ao longo dos seus 113 anos, clube e torcida participaram de campanhas de cidadania e de política progressista e democrática como nenhuma outra instituição do futebol brasileiro. Isso não significa que a formação da torcida corinthiana seguiu uma tendência ideológica definida. É um clube de muita gente. Mas não entender minimamente a história do Corinthians é se furtar de entender a sua essência. As redes sociais, lembrando de Umberto Eco, dão voz a um número enorme de pessoas que não faziam mal a ninguém, só aos ouvidos compartilhados das mesas de bares. Agora, essas vozes se espalham como nunca e nelas descobrimos - nós corinthianos – que vibramos por um gol ou uma vitória com uma gente estranha, que não abraçaríamos como fazíamos aleatoriamente alguns anos atrás nos estádios.
Para o bem ou para o mal, essas coisas ficaram mais escancaradas. É a realidade que temos.
Esse grupo que dirige o Corinthians há tanto tempo, não entende a essência do Corinthians e a cada dia eles escancaram esse não entendimento.