Alexandre Nascimento
Domingo levei meus filhos para ver o Corinthians, morando no Sul de Minas Gerais as oportunidades são poucas, após muita insistência deles resolvemos ir ao jogo contra o América. Entre as opções, essa parecia a mais fácil, lanterna, time que leva muitos gols, já havia perdido na Copa do Brasil. Fomos.
Minutos finais, meu caçula (8 anos) estava quase chorando porque íamos perder, me abraçando em busca de uma proteção que nesse momento não poderia lhe dar. Os olhos já marejados, a voz trêmula pedindo vingança contra o adversário, amaldiçoando o juiz e, por fim, prometendo nunca mais ver o Corinthians, antecipavam o choro de tristeza que estava por vir. Eu, impotente e já sem esperança segurei o meu crucifixo, fiz uma pequena oração conformada e tentei diminuir sua dor com frases manjadas. No campo, mais um cruzamento, bola quase na linha de fundo cabeceada para dentro da área e o tão esperado gol. Arthur já estava no meu colo e pulamos juntos, comemoramos como se fosse uma final de campeonato, só depois minha esposa me contou e vi pelas fotos que na hora do gol ele chorou de alegria, pra ele não importava se o time é ruim, se está lutando pra não cair, se jogava contra o lanterna, se o jogo foi horrível. Aquele gol salvador foi, para ele, um momento mágico. Saiu, da mesma forma que o irmão, super feliz e me fez relembrar a alegria de torcer da forma mais pura, apenas curtindo o momento, sem pensar em tabela, jogadores, campeonato, adversário ou qualquer outra coisa. Me fez lembrar de uma vez, nos anos 90, em que eu, adolescente, vibrei assistindo um menino gordinho virando um jogo de futebol de salão infantil, era o Corinthians e isso me bastava. Domingo nós vivemos o Corinthians e vivemos de Corinthians. Juntos! E, mesmo com esse time limitado, em um jogo fraco, o Corinthians novamente me proporcionou algo inesquecível.
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