Tudo isso que o amigo falou é verdade, mas em 2007 ninguém pensava na hipótese do Corinthians ser rebaixado até ficar muito próximo de acontecer... Talvez isso até tenha contribuído para o rebaixamento, o elenco não caiu na real a tempo. Hoje em dia 'não existem mais bobos no futebol', então o sinal de alerta se acende muito antes.

Não acho que esse time, que tem bons jogadores, vá cair. Mas, sem dúvidas, está sendo muito frustrante assistir aos jogos ultimamente. Time perdido em campo, sem capacidade alguma de reagir quando toma gol e com jogadores demonstrando claramente que a vida deles não depende disso... Acho que cafézinho no CT já teve de sobra esse ano, agora o que nos resta é torcer durante o jogo e pressionar durante a semana se o resultado não vier.

Lembro-me bem que lá nos anos 2000, e até o começo da década passada, o jeito mais fácil de irritar um são paulino era dizendo que a torcida deles era “afeminada”, bambi, etc… O tempo passou e rapidamente o que era aceito pela maioria como “brincadeira” ou uma provocação normal (apesar do óbvio teor preconceituoso) tornou-se algo muito mais relevante, sendo atualmente considerado crime, inclusive, segundo interpretação do stf.

Não à toa, os clubes passaram a fazer campanhas de conscientização e a mídia resolveu finalmente abraçar a causa.

Um movimento coordenado, por várias frentes, em busca de uma maior compreensão, por parte da sociedade, acerca da homofobia. Como já acontece, desde um bom tempo, em relação ao racismo e que vemos a falta que campanhas como essa fazem em outros países da América do Sul e Europa, onde jogadores e torcedores brasileiros são chamados de macacos, dentre outras coisas.

O Corinthians é o time do povo, tendo protagonismo na democratização do futebol desde os primórdios de sua história. Foi lutando pela inclusão de pobres operários, numa época em que o esporte era praticado apenas pela elite. Foi incluindo pessoas de todas as cores e origens em seus esquadrões, numa época em que muitos clubes proibiam pessoas pretas de jogarem. Foi se posicionando contra a ditadura e estimulando seus torcedores a votar na primeira eleição por voto popular desde o golpe militar. E mais recentemente, promovendo campanhas de conscientização em prol das mulheres no esporte, contra o racismo e contra a homofobia também.

O esporte tem um enorme poder de influência sobre a sociedade, por isso, deve servir como plataforma para a disseminação de ideias e debates. Mas, infelizmente, aquilo que é óbvio também precisa ser dito e reafirmado sempre que possível. Até porque, todos sabemos que respeitar o coleguinha é preceito básico para o convívio em sociedade. Se ninguém aqui compactua com o racismo, machismo, ou mesmo com insultos à fé alheia, por que deveria ser diferente em relação à homofobia? Não me parece crível que nossa torcida cante músicas dizendo que determinada raça é inferior… Ou que o time adversário x é pior por ser um time de mulher ou de praticante de religião y. Por que então insistir com os cantos homofóbicos? No que vai ajudar o time se você chamar os são paulinos de bich@? Tá querendo xingar os caras? Xingue. Tá querendo provocar o adversário? Temos várias músicas que fazem isso muito melhor do que “Vamos, Corinthians, dessas b1chas teremos que ganhar”. Não é possível que você que está lendo sinta a necessidade de gritar isso no estádio. Se for, procure tratamento.

Enfim, já passou da hora dessa variação tosca de uma música que era pra servir de incentivo ao Corinthians ser extinta.

O Corinthians, como um time de todos, deve sim se posicionar e defender seus torcedores lgbt, garantindo que eles encontrem um ambiente de liberdade e segurança na Arena.

O torcedor, como ser pensante dotado de mais de dois neurônios, deve entender que para além de prejudicar o time (financeiramente e até na pontuação do campeonato), ao entoar cânticos homofóbicos se está prestando um papel ridículo e reprovável, que não condiz mais com o que é aceito pela sociedade.

E se não aprendeu em casa, talvez, no estádio você seja obrigado a aprender. Porque eu duvido que o Corinthians vai aceitar passivamente que seus torcedores o prejudiquem dentro de sua própria casa. É questão de tempo para que a própria torcida se mobilize para impedir que novos episódios como esse ocorram.

No mais, o progresso é inevitável. Se quiser optar por viver um vida retrograda estará fadado ao fracasso (acompanhado de muita frustração).

'O Futebol Como Espelho de uma Nação – Como os Aspectos Autoritários e Oligárquicos na Sociedade Brasileira Afetam Diretamente o Ambiente Desportivo'. Esse foi o título escolhido para o meu trabalho de conclusão de curso, lá em 2018, que trata de variados temas - até porque meu curso era Direito, então não dava pra falar só de Corinthians - mas que passa por personagens e momentos marcantes do futebol brasileiro. Então, evidentemente, trata também do nosso Coringão.

O momento do Corinthians não é nada bom. É perceptível que nossos ânimos estão exaltados e o desespero vem batendo cada dia mais. Uns falam em risco de rebaixamento, outros sugerem soluções para que a campanha de 2023 não seja ainda mais desastrosa daqui pra frente... Mas uma frase que escrevi na parte dos 'agradecimentos' do meu trabalho me fez pensar na profundidade do nosso sentimento em relação a esse clube, que nada mais é que o verdadeiro motivo da existência desse fórum e de nossa torcida como um todo.

'Por último, gostaria de agradecer ao Sport Club Corinthians Paulista por propiciar as maiores emoções já experimentadas por mim e me inserir num universo de identificação muito maior com vários povos, classes, gêneros, línguas e culturas das mais diversificadas possíveis, todos, apesar de suas diferenças, unidos por um único ideal:
a prosperidade e perpetuação desta nobre, porém humilde, ideologia, cujo nome é Corinthians.'

Que nos lembremos sempre de nossos jargões: 'Corinthiano não vive de título, vive de Corinthians!' e 'Eu nunca vou te abandonar, porque eu te amo! Eu sou Corinthians!'. E que esse espírito seja passado a diante.

Está chegando a hora dessa zica acabar, e acreditem, ela vai!

Enfim, para quem tiver com saco para ler e tiver curiosidade sobre assuntos como: a formação de nossa sociedade e como o futebol está intimamente relacionado a ela; o histórico e evolução dos direitos dos atletas; legislação desportiva; democracia; autoritarismo; entre outros temas, fique à vontade para acessar o link que vou deixar abaixo.

Íntegra em pdf:
https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/prefix/16258/1/21408578.pdf https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/prefix/16258/1/21408578.pdf repositorio.uniceub.br

Falou pouco mas falou merda.

2017 talvez tenha sido o ano mais “Corinthians” de todo o passado recente. Um início de ano que nos remetia aos piores dos anos da imensa história deste clube de pouco mais de 107 anos. Desconfiança, lamentações, falta de esperança... Logo após o final da temporada de 2016 (que foi pífia se levado em consideração o histórico recente do clube), o cenário era ainda menos animador. A diretoria não havia encontrado UM técnico sequer que fosse de renome, seria preciso então efetivar o “novato” Fábio Carille, que só havia atuado como auxiliar técnico até então.
Em busca de reforços o cenário era tão ruim quanto, não conseguimos trazer nem os jogadores que já eram “apalavrados” conosco, segundo a mídia. Era chapéu atrás de chapéu. Assinaram então com o atacante Jô, que veio de graça por estar sem clube, o famoso “só tem tu, vai tu mesmo”. Prometeram Drogba, trouxeram Clayton. Prometeram Pottker, trouxeram Clayson. Realmente o cenário não era dos melhores. Um pouco de esperança chegou junto com Jadson, que vinha da China, 10 quilos mais gordo do que quando foi pra lá. Só estaria em forma “plena” depois do Paulistão.
Se nos bastidores a realidade já era horrível, em campo fizeram questão de piorar. Atuações de arder os olhos resultaram nas primeiras derrotas da temporada, contra Santo André (em plena Arena) e Ferroviária. Com o fraco futebol veio a desconfiança da torcida, que pela primeira vez colocou menos de 20 mil pessoas na Arena. Isso ainda ocorria por mais 2 vezes pelo menos.
Era isso, time fadado ao fracasso e sendo alvo de pesadas críticas da mídia. Surgiu assim o famoso apelido de “a 4ª força”.
Com um cenário apocalíptico desses, a equipe de Carille resolveu responder na bola. A torcida respondeu: Apoio não faltaria, desde que houvesse raça e força de vontade!
E foi assim que, num Corinthians x Palmeiras eletrizante (que contou com um erro absurdo de arbitragem contra o Corinthians, no qual foi expulso por engano o volante Gabriel, sendo que ele nem no lance estava), que Jô, o rei dos clássicos, marcou o único gol do jogo, aos 42 minutos do 2º tempo, consagrando a suada vitória do Timão, e mudando a opinião de muitos da mídia sobre o elenco corinthiano, afinal, além de ter se provado aguerrido, aquele time mostrou-se organizado e fatal nos contra-ataques, características que levou até o fim da temporada.
Após o clássico, tanto a imagem quanto a confiança do time mudaram. Agora os rivais enxergavam o Corinthians como um time difícil de se enfrentar e perigoso de se atacar.
Desta forma o Corinthians foi vencendo um a um e os rivais tiveram que assistir do sofá nossa primeira conquista do ano, o Campeonato Paulista, exatamente no ano em que se comemorou os 40 anos da épica conquista do Paulistão de 1977, que tirou o Corinthians de uma fila de 23 anos sem títulos. E pra deixar tudo mais espetacular, a final seria com a Ponte Preta, mesmíssimo oponente daquela final de 1977.
Logo no primeiro jogo o Coringão brocou, 3x0 sem dar chances de reação à Ponte, que só conseguiu o empate no segundo jogo, consagrando o título do Corinthians, assim como mandava o figurino e a numerologia.
Após o Paulistão estava claro que o Corinthians não seria um time fácil de se combater, mas sempre insistiram nas desculpinhas de que “o parmera não tá ligando para o paulistinha, nós queremos Libertadores...” “o Santos já ganhou muito Paulistão nesses últimos anos, agora queremos a Libertadores...” (os são-paulinos não tiveram muito o que falar porque o time deles já estava numa tiriça absurda desde logo), mas uma coisa era unanimidade, todos diziam que o Corinthians logo perderia, pois no Brasileirão enfrentaria os “times de peso” do país.
Aparentemente sem se preocupar, o Corinthians foi lá e fez... Melhor 1º turno da história do campeonato, série de 34 jogos invicto, melhor ataque, melhor defesa, menor número de faltas e cartões... O Corinthians jogou MUITO no 1º turno do campeonato! Mas como tudo no Corinthians é na base de sofrimento, era óbvio que estava muito fácil para ser verdade... Tão óbvio que Renato Gaúcho cravou: Esse time ainda vai despencar!
Despencou... Tecnicamente o elenco parecia outro na volta do campeonato, depois de 15 dias de “folga” por causa das eliminatórias para a Copa do Mundo. Perdemos para o lanterna e para o vice-lanterna em apenas uma semana. Logo depois teríamos mais um clássico, pela 23ª rodada, contra o Santos. Chance de reabilitação! Perdemos... 2x0 e sem jogar bem novamente.
O Corinthians perdeu a regularidade, e foi até a 31ª rodada apresentando um futebol fraco e perdendo pontos de maneira inacreditável. Parecia, mais do que nunca, que o título poderia sim escapar de nossas mãos, o que era inimaginável a 13 rodadas atrás, quando até os rivais já davam como certo que o título seria nosso.
O próximo jogo faria a fiel perder o sono por 7 dias. Porque depois de perder para a Ponte Preta, que estava em péssima fase e na zona de rebaixamento, teríamos que enfrentar nosso maior rival, que vinha em ascensão no campeonato e era o 2º colocado, podendo inclusive passar o Corinthians se vencesse o clássico na Arena Corinthians.
PRESSÃO. MUITA PRESSÃO. Era o jogo da vida para ambas as equipes. Foi aí que a Fiel mostrou o porquê de seu apelido: encheu seu estádio para acompanhar o treinamento do dia anterior ao clássico, passando a energia positiva de 32 mil pessoas que estiveram presentes naquele sábado, no que ficou marcado na história como o maior público em um treinamento, mas muito mais do que isso, uma intensa prova de amor e incentivo incondicional da torcida perante seu clube.
No domingo, o Corinthians jogou MUITO mais uma vez. Abriu 3x1, e “administrou” o resultado, que acabou em um 3x2 com requintes de sofrimento. Era o Corinthians mais uma vez favoritíssimo ao título! Favoritismo que se confirmou depois das vitórias sobre Atlético-PR (fora de casa) e Avaí (na Arena). Somando-se aos tropeços dos potenciais candidatos ao título, o Corinthians teria apenas que vencer seu próximo jogo, contra o Fluminense, na Arena Corinthians. A tarefa não era exatamente fácil, mas a confiança depositada nos jogadores era tanta que o título parecia ser apenas uma questão de tempo.
Foi assim que, no dia 15 de novembro de 2017, feriado de Proclamação da República, o Corinthians foi pra cima do Fluminense, que faria questão de vender caro a sua derrota, pois logo no primeiro minuto de jogo abriu o placar, para o sofrimento ainda maior da torcida alvinegra. Depois de um 1º tempo muito nervoso, o Corinthians voltou com tudo para a segunda etapa. Em 3 minutos fez dois gols e administrou, desta vez com enorme competência, a vantagem no placar, liquidando o jogo aos 40 minutos do 2º tempo, com gol de Jadson.
Depois disso foi só comemorar, aquele time que começou o ano sob enorme desconfiança e desacreditado por muitos, sagrava-se campeão brasileiro! O sétimo do Corinthians, sendo assim o maior vencedor desde o começo do Campeonato Brasileiro.
2017 veio para provar que o Corinthians não é movido a craques, habilidade e admiração da mídia. O Corinthians nunca foi e nunca será o “queridinho”. O Corinthians teve que lutar, assim como nos primeiros anos de sua história, quando foi barrado pela elite paulistana que se negava a permitir que disputássemos seus campeonatos; assim como em 1977, quando enfrentamos todos os perrengues possíveis para sair daquela terrível seca de títulos, que nos impediu de disputar os campeonatos nacionais da época, mas não impediu nossa torcida de crescer e se tornar a maior de São Paulo e toda a Região Sudeste; assim como em 1982, quando Sócrates e companhia criaram a Democracia Corinthiana, que promovia igualdade e dava poder de decisão a todos os funcionários do clube, em pleno período militar... Sim, o Corinthians é sinônimo de batalha. Mas também é sinônimo de raça e perseverança, assim como é também de carrinho na chuva, pique de 100 metros aos 45 do 2º tempo, sangue no olho e tapa na orelha! O Corinthians é essa mistura de povos, credos, gostos e costumes. É essa mística que só quem já presenciou a Fiel empurrando o Corinthians num estádio, seja este em São Paulo, no Nordeste ou no Japão, sabe o que é. Corinthians é Corinthians, nada se equipara e nada me faz tão bem em todo o mundo. Eu amo esse time e tudo o que vem com ele também. O sofrimento, o ódio de praticamente todo o resto do Brasil, a zoeira dos amigos, as inúmeras injustiças promovidas pela mídia... Ser Corinthians é aceitar tudo isso e seguir em frente. É ser amigo do flanelinha, do seu colega de trabalho e do dono da firma do mesmíssimo jeito. Só quem é sabe o que é ser Corinthians. Não dá pra ser meio, um terço ou um pouco corinthiano... Ou é ou não é. Obrigado Corinthians, por ser essa irmandade e, sobretudo, obrigado por me escolher para fazer parte do bando de loucos. Salve o Corinthians!

Rafael Castilho, como sempre, brilhante! A paixão com que você escreve sobre o nosso Coringão é o que faz com que eu me identifique tanto com seus textos... Pra mim, o melhor colunista deste site por este simples motivo. Por mais pessoas como você. Vai Corinthians!

Cara, um jogador de futebol profissional tem que estar mais do que acostumado com isso... E pra ser bem sincero eu até entendo (não quer dizer que eu concorde) os torcedores do Barcelona, pra eles um jogador como Paulinho é o mesmo que um Marlone da vida para o Corinthians... Ele é um jogador de terceiro escalão pra nível de Champions League e La Liga. Nós não duvidamos de sua qualidade porque o conhecemos. Ele jogou muito no Corinthians e hoje é ídolo inclusive. Mas lá fora nem conhecem ele, talvez uma das únicas lembranças dos europeus sobre ele seja aquela passagem pífia pelo Tottenham.

Mas relaxa, é sempre assim, em qualquer lugar do mundo, assim que contratam o jogador os torcedores criticam, etc... Mas na maioria das vezes a torcida acaba queimando a língua. Nós não estamos em posição para julga-los porque já fizemos isso várias vezes nos últimos anos... Quem aqui achava que contratar Vágner Love, Jô, e alguns outros seria uma boa ideia?

Cabe ao jogador mostrar seu valor e calar a boca dos 'torcedores' que só sabem criticar. Achei até que esses memes foram bem leves...

Eu já reclamei várias vezes pelo Facebook do Premiere... Parece que depois que eu reclamei eles começaram a escalar esse velho gagá mais e mais pros jogos do Timão. É inacreditável. Mas o que me deixa mais puto é que ele, além de narrar ridiculamente mal, ainda é anti corinthiano sem nem esconder. Direto ele comenta coisas que são totalmente contrárias à realidade só pra querer insinuar que o Corinthians está sendo ajudado pela arbitragem... E o pior é que o comentarista que fica junto dele nunca o contradiz, parece que por medo.

Sim amigo, dizem isso desde 2014... Aguardo ansiosamente isso tudo acontecer, mas enquanto isso a realidade é: Elenco fraco, médias de público caindo assustadoramente, CIDs que não vendem e Namming Rights que só existem nas mentiras ditas pela nossa diretoria. Eu continuo sendo sócio, mas entendo perfeitamente que não renovou seu plano. Eu, além de amar isso aqui a cima de tudo, tenho condições de desembolsar 160 reais por ano, mesmo sabendo que a diretoria não saberá usar essa verba do jeito que deveria, mas tem gente que não tem.

Esses dias me peguei pensando: Impressionante como o Corinthians deu azar no que diz respeito a construção de sua casa. Pensem comigo, o sonho de todo corinthiano era ter um estádio para chamar de seu... Tínhamos a Fazendinha, mas convenhamos, já estava mais do que ultrapassada desde a década de 90. A ideia de ter um estádio grande, que acomodasse bem nossa torcida, e que, sobretudo, fosse nosso, era o verdadeiro sonho da Fiel.

Quando perguntado, um corinthiano, quase que automaticamente, já pensava em um lugar muito específico no que se tratava de um espaço para chamar de casa: o bom e velho Pacaembú. Acho que isso sempre foi meio que senso comum, né? Afinal, era lá a nossa 'casa simbólica', onde disputamos jogos memoráveis, conquistamos vários títulos e onde a nossa torcida já estava habituada a ir...

Porém, veio a Copa. Já estava praticamente certo que o Morumbi sediaria os jogos do torneio na cidade de São Paulo... Inclusive, o projeto do Monotrilho vem do aeroporto de Congonhas e vai até o estádio de nosso rival menor em um de seus trechos programados para 2014. Ocorre que, em meio a algumas discordâncias entre Governo, Fifa e dirigentes, aquilo que era dado como certo se tornou duvidoso, e apenas algumas semanas depois virou o 'plano b'. Isso porque foi apresentado um projeto inovador, um projeto que traria desenvolvimento econômico e infraestrutura para uma região bem mais humilde da cidade... E como a cereja do bolo, ainda era uma oportunidade única para, finalmente, construir a tão sonhada casa corinthiana! Parece que o sonho se tornava realidade. Aleluia! A última piada que restava vai acabar!

O que se sucedeu a isso todos nós sabemos... Os antis duvidaram? Nós fizemos! Botaram defeito? Fizemos o melhor e mais moderno estádio do hemisfério sul, quiçá um dos melhores do mundo! O prazo parecia apertado demais para ser cumprido, mas conseguimos! Tudo pronto para a abertura da tão esperada Copa do Mundo! É, quase tudo... O que importa é que o torneio foi um espetáculo! Ok que o Brasil passou por um vexame naquele fatídico 8 de Julho, mas no que pese a Arena, nada a reclamar! Aliás, só elogios.

Parecia que tudo aquilo era um sonho que se tornou realidade... Agora é com a gente, esse caldeirão vai ferver quando a Fiel lotar e cantar o jogo inteiro, por todos os jogos para o resto de nossas vidas... E foi aí, meu irmão, que a gente acordou. Afinal, temos que pagar o estádio... O financiamento é favorável, a torcida sempre vem, a prefeitura vai dar incentivos, e ainda vão anunciar os Namming Rights...

Deu no que deu. A Fiel foi iludida. A administração foi falha (para não dizer outra coisa). E hoje, finalmente, se questiona se realmente fizemos o melhor negócio... Enquanto isso, meio que ironicamente, o Pacaembú está numa vasta lista de privatizações que a prefeitura de São Paulo pretende liquidar o mais rápido possível. E o destino do seu, do meu, do nosso amado Pacaembú, vai cair nas mãos erradas, afinal, não vai cair nas mãos do Corinthians.