O treinador Tiago Nunes vivia uma fase de lua de mel no Paraná. Campeão da Sul-Americana e da Copa do Brasil com o Athlético, o treinador fazia o time jogar com qualidade e enfileirava bons resultados também pelo Brasileirão.

Além disso, com as vendas feitas pelo clube paranaense, o treinador teria cifras milionárias para contratações que reforçariam ainda mais o elenco, principalmente na briga pela sonhada e inédita Taça Libertadores da América.

Mas mesmo assim, Tiago optou em deixar a equipe do Sul do país e comandar o Timão na temporada 2020, mesmo sabendo do risco de não se classificar para a fase de grupos da Libertadores e da situação financeira preocupante do Corinthians.

Mas por que?

Porque trabalhar como treinador no Corinthians tem sido sinônimo de sucesso e estabilidade nos últimos tempos - veja estudo que coloca o Timão na liderança do ranking.

De 2008 a 2020, três treinadores se mantiveram por ao menos um ano no comando do alvinegro (Mano Menezes, Tite e Fábio Carille). Desses, dois saíram diretamente para a Seleção Brasileira, título máximo almejado por treinadores do nosso país.

Ou seja, Tiago, inteligente como é, sabia que teria dificuldades para implementar sua filosofia de trabalho no Corinthians, mas que não haveria lugar melhor para fazê-lo, em razão da estabilidade que o clube costuma garantir.

É claro que tivemos Jair Ventura, Osmar Loss, Cristóvão Borges, Oswaldo de Oliveira e Adilson Batista. No entanto, ainda é um número consideravelmente baixo de trocas de treinadores se comparado a qualquer outro clube do país.

Tudo isso é para dizer que é preciso tempo antes de cogitarem a cabeça do novo treinador. Tiago Nunes tem trabalhado e buscado resultados ofensivos num clube que por mais de uma década se apresentou de forma defensiva dentro de campo.

Está tentando fazer a parte dele, mas mesmo os grandes técnicos demoram ao menos seis meses para encontrar um bom futebol (salvo raras exceções). Por comparação, nem Pep Guardiola nem Jurguen Klopp conseguiram títulos em seus primeiros anos em Manchester e em Liverpool, respectivamente.

É preciso de tempo. Se Carille, com aquele futebol feio do ano passado, resistiu por dez meses, Tiago Nunes precisa ter, no mínimo, este mesmo tempo de trabalho.

O Atlético Mineiro demitiu seu treinador com apenas dois meses de trabalho. O Santos pensa em fazer o mesmo. Aposto que estão fadados a mais uma temporada sem títulos.

Não queremos o mesmo no Timão. Demos tempo ao tempo.

Veja mais em: Tiago Nunes.

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