O 'Match Point' (de novo): a bola caiu para cá em 2017
Opinião de Jorge Freitas
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O jornalista e colega Rodrigo Vessoni escreveu aqui que a contratação de Alexandre Pato em 2012 foi o grande "Match Point" da vida corintiana.
Na época, concordei, mas hoje, meses depois de sua ótima coluna, uma luz me clareia para discordá-lo.
Sim, após o título mundial, havia a possibilidade de se reformular o time, investir em contratações pontuais e garantir a hegemonia por muito mais tempo.
No entanto, de 2012 a diante, o Corinthians foi gigante. Ganhou mais dois Brasileiros, uma Recopa e quatro Paulistões, sendo um em 2013 e outro em 2017. Mesmo a contratação de Pato rendeu a chegada de Jadson que, convenhamos, foi um acerto enorme na história recente do clube.
Por isso, entendo que o grande "match point" corintiano existiu, na realidade, entre o final de 2017 e o início de 18. O clube estava com uma dívida já preocupante, a ponto de ir com uma solução caseira e mais barata para o comando de um time tecnicamente bastante limitado e sem contratações pomposas.
As cartas estavam na mesa. Sabíamos que em 17 não teríamos um time tão bom e começamos a nos surpreender conforme a temporada se desenhava.
Chamado de "quarta força" no início daquele ano, o Timão sobrou e levou o Paulistão e o Brasileirão, mas com clara indicação de que não havia tanta capacidade para repetir o feito nas temporadas seguintes.
Em dezembro, com o título nacional e a saída de Jô, o clube teve em mãos a oportunidade de se reestruturar. A conquista do Brasileirão, além de valorizar jogadores para fazer caixa, foi exatamente o que a torcida precisava para continuar carregando consigo um time tecnicamente limitado enquanto as finanças se reestruravam.
Mas....
Dois meses depois, dentre tantas opções, Andrés Sanchez foi eleito. Logo ele, o "esperto" que construiu um estádio bilionário, cujo nome não é vendido para ninguém. Infelizmente, o Corinthians acreditou que aquele que desarrumou a casa seria exatamente o que a colocaria em ordem.
Pura ilusão. Já vi pombos destruírem plantações sem que nenhum voltasse para arrumar, apenas para destruir ainda mais.
E por que escrevo sobre isso agora?
Porque a dívida milionária com Jucilei e o J. Malucelli, anunciada pelo Meu Timão, indica que jamais existiram dois mandatos de Sánchez. Infelizmente, a realidade é que tudo o que houve foi um "mandatão" de mais de 10 anos de toda a sua equipe, cuja bagunça de toda a década talvez ainda não esteja completamente descoberta como imaginávamos.
Pato, na verdade, foi só mais uma dessa lista absurda e paga o preço até hoje.
Enfim, qual será a próxima bomba do clube?
Em tempo: estou em dúvida se o clube já processou a Disney para registrar um novo nome ao parceiro de Pumba.
Prioridades.
Prioridades!
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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