O Corinthians entrará em campo nesta quarta-feira pela finalíssima da Copa do Brasil com indefinições importantes para o ano que vem. Além da compra definitiva de Yuri Alberto e de acertos pontuais nas carências do elenco, as dúvidas acerca da permanência de Vitor Pereira são o que mais preocupam o corinthiano para a temporada 2023.

O treinador português, criticado por muitos, faz até aqui um considerável trabalho pelo Corinthians, já que chegou com a temporada em andamento, teve pouco tempo de trabalho e, mesmo assim, conseguiu alcançar as quartas de final da Libertadores da América, feito que o time não alcançava desde 2012, além da final da Copa do Brasil, o que nem mesmo o Corinthians de Tite foi capaz de conseguir.

Isso sem falar na manutenção do time entre os quatro primeiros colocados do Brasileiro por quase toda a competição, o que a essa altura garante quase que certamente uma vaga na fase de grupos da Libertadores do próximo ano, haja vista o iminente aumento de vagas em razão das finais que serão disputadas ainda este mês.

Em meio à correria da temporada, Vitor Pereira conseguiu organizar um time titular de qualidade. Encaixou o meio-campo mesmo com a perda inesperada de Maycon e Renato Augusto por boa parte da temporada e conseguiu formar um temido trio ofensivo, responsável por participação direta na maioria dos últimos gols da equipe.

Além do trabalho feito dentro de campo, o treinador português também se destaca fora dele, afinal foi ele quem indicou a contratação de Fausto Vera, argentino desconhecido pelos "experts" do Brasil, que chegou, vestiu a camisa sem sentir o peso e se tornou um dos pilares do maior clube do Brasil.

A percepção de que Vitor é o nome certo para a próxima temporada se reforça após as mudanças feitas no primeiro jogo da Copa do Brasil, quando as saídas de Roger Guedes e Renato Augusto melhoraram o time, que voltou a pressionar o Flamengo e retomou o equilíbrio da partida.

É claro que o trabalho do português tem problemas, mas se deve muito às dificuldades condicionadas por sua chegada ao clube. Vale lembrar que Vitor Pereira tem se virado com um elenco montado por outros profissionais, que não atende à sua ideia principal de jogo e conta com falhas pontuais importantes como a ausência de um ponta de qualidade que jogue pelo lado direito do ataque.

Além disso, só foi ter semanas cheias de treinamento depois de meses no Brasil, e é completa insanidade querer que se recupere jogadores em alguns dias depois de tanto tempo sem descanso.

Quem questiona a permanência do treinador para o ano que vem está viciado na tragédia que o futebol brasileiro se tornou na relação com seu técnico. Em qualquer lugar em que o futebol é tratado de forma mais séria, treinadores recebem ao menos uma temporada para começar a mostrar boa evolução na equipe (contando, especialmente, com um período de pré-temporada). Nem Guardiola nem Klopp, os dois melhores treinadores da atualidade, foram campeões em suas primeiras temporadas por Manchester City e Liverpool, respectivamente.

O fato é que Vitor Pereira é o nome certo para 2023. Entendeu o que é Corinthians, conhece o elenco, sabe das limitações e, principalmente, do que é preciso para fortalecê-lo para o próximo ano. E essa ideia se torna ainda mais clara principalmente quando olhamos para a direção do clube e enxergamos Roberto de Andrade e Alessandro Nunes, cuja competência é duvidosa e não podemos garantir uma boa escolha para o comando do clube caso o português não fique.

Não que a permanência do treinador português seja garantia de sucesso para o próximo ano, mas é hoje, certamente, a opção mais segura, independentemente do resultado final da Copa do Brasil.

Veja mais em: Vítor Pereira e Copa do Brasil.

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