Luxemburgo chega a 17 jogos sem mostrar o que queria fazer em 10
Opinião de Jorge Freitas
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Quando Luxemburgo chegou, o Corinthians vinha de eliminação nas quartas de final do Paulistão para o Ituano, mas havia revertido o placar contra o Remo, pela Copa do Brasil, depois de ter passado vergonha no jogo de ida e saído no lucro com apenas 2 gols tomados contra a equipe da série C do futebol nacional.
Estava claro que Fernando Lázaro não era o treinador que o Corinthians merecia ter depois de ter alcançado as finais da Copa do Brasil do ano anterior e ter conseguido classificação direta para a fase de grupos da Libertadores, mas Duílio e Alessandro pagaram para ver e precisaram alterar o comandante com a temporada em andamento, exatamente no momento em que ela começava a ficar mais séria.
Dentre todos os cenários possíveis, foram atrás de Luxemburgo, um treinador que há muito não faz um trabalho vencedor e que ainda se sustenta pelo que foi, com méritos, na virada deste século, quando se tornou um dos maiores treinadores da história do futebol brasileiro.
Vanderlei chegou e pediu 10 jogos para que seu trabalho pudesse surtir efeito desejado e o Corinthians começasse a jogar melhor do que havia apresentado até então na temporada. Ontem, contra o América, pela Copa do Brasil, o Luxa chegou ao 17º jogo em seu retorno ao clube e a única evolução que se vê é em sua capacidade de esconder os defeitos da equipe com suas entrevistas.
Ontem, Luxemburgo jogou mais uma entrevista enganosa para a torcida ao dizer que viu crescimento e enxergou maior volume de jogo e intensidade, mas sem mencionar que o rival é o vice lanterna do Brasileirão e que, dentro de casa, conquistou apenas duas vitórias em 7 jogos, sendo uma delas exatamente contra o próprio Corinthians. "Esqueceu" também de dizer que o América tomou gol em 6 desses 7 jogos em casa e que não foi vazado apenas quando enfrentou exatamento a sua equipe.
Ou seja, o Corinthians de Vanderlei jogou 180 minutos (mais acréscimos) contra o vice lanterna do Campeonato Brasileiro e não conseguiu fazer o que outras 6 equipes fizeram em 90 (ou menos).
Os números do treinador são alarmantes. Com Luxemburgo, o Corinthians possui apenas 31,3% de aproveitamento. Eliminado da Libertadores sem fazer sequer um gol fora mesmo quando estava com um a mais em campo contra os Argentinos Jrs., e na boca da zona do rebaixamento com míseros 12 pontos em 13 jogos disputados, o Corinthians atual consegue ser presa fácil fora de casa, sem sequer balança a rede do rival, seja ele o América, que luta para não cair no Brasileirão, ou o Botafogo, líder da competição, nem se garantir dentro de casa, quando já perdeu pontos preciosos para Cuiabá, Fortaleza, Bragantino e São Paulo (Luxemburgo possui o pior aproveitamento dentre todos os treinadores que comandaram o Timão na Neo Química Arena).
Os números por si só já seriam preocupantes, mas a impressão de que o clube está à deriva é o que mais marca o atual trabalho do treinador. Não há um sintoma claro de evolução, não há sequer um time titular definido. O Corinthians de Luxemburgo parece jogar com a sorte quando escala seus 11 titulares, tamanha a incapacidade de conseguir o resultado, esteja com qualquer escalação que estiver.
Como se não bastasse, suas táticas ainda serviram para matar o que de melhor tínhamos na temporada quando ele chegou, o futebol de Roger Guedes, que foi de artilheiro e melhor jogador da equipe na temporada para sete jogos sem fazer um gol sequer.
Para piorar, o treinador, que não faz um trabalho vencedor há muito tempo, parece ter virado piada para os mais jovens, que não viram seus trabalhos da virada do século, e isso tem respingado no Corinthians, que não possui nem de longe o respeito que tinha até mesmo quando treinado por Fernando Lázaro.
Hoje, a permanência de Luxemburgo é uma vontade de todos os rivais e, quando isso acontece, significa que está na hora de mudar.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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