Renato Augusto: da sombra de Pato a ídolo da Fiel
Opinião de Jorge Freitas
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Renato Augusto foi contratado para a temporada 2013 pelo valor de R$ 9,3 milhões. Uma verdadeira pechincha para um clube que se desenhava como o maior da América e almejava ser um dos maiores do mundo.
Entretanto, mesmo com status de ótimo jogador, embora atrapalhado pelas lesões, Renato não foi o principal nome na tríade de reforços que chegava para reforçar o já fortíssimo atual campeão mundial.
Renato, assim como Gil, estava à sombra de Alexandre Pato, grande estrela, contratado por mais de R$ 40 milhões, mas que pouco fez no clube até ser trocado por Jadson no início da temporada seguinte.
Curiosamente, foi essa a troca que deu a Renato seu melhor parceiro nos tempos do Corinthians, já que foi com Jadson (Renadson!) que ele desempenhou papel marcante no melhor Corinthians da história dos pontos corridos, quando conquistou 81 dos 114 pontos possíveis e foi eleito melhor jogador do campeonato.
Infelizmente, a primeira metade de sua passagem inicial pelo clube atrapalhou o caminho do jogador para alcançar mais títulos. Primeiro foram as lesões, depois um treinador que dizia ser complicado escalá-lo de titular ao lado do baixinho camisa 10 da equipe.
Mesmo assim, com Renato como protagonista, o Corinthians conquistou a Recopa Sul-Americana, quando o jogador marcou um gol antológico, lembrado até os dias de hoje pela Fiel.
Saiu em 2016 num ataque fulminante de chineses, que despedaçou o clube, levando a espinha dorsal da equipe que ainda perderia Tite para a Seleção Brasileira em meados daquele ano.
Deixou o clube com um retorno financeiro acima do investido inicialmente, ao contrário de seu companheiro de chegada, que recusou propostas da China para não gerar bons retornos aos cofres alvinegros.
Não à toa, um virou ídolo da torcida, enquanto o outro só é mesmo genro de um grande apresentador.
Agora, Renato está de volta. Há mais de 200 dias sem jogar, com um salário provavelmente acima do indicado à política de reestruturação financeira que o clube precisa executar.
Mas volta como um ícone, não somente dentro de campo, mas fora dele, tamanha a sua gratidão pelo clube que o tirou dos caminhos das lesões e o colocou a ponto de disputar uma Copa do Mundo e conquistar a primeira medalha de ouro olímpica do futebol brasileiro.
Cinco anos depois, tem a missão de ajudar na reconstrução do clube, assim como o Corinthians o ajudou. Um símbolo para um equipe que deseja voltar a ser vencedora, mas que não pode (nem deve) fazer grandes contratações.
Seja bem-vindo, Renato!
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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