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Marketing adormecido: Corinthians precisa aprender a fazer dinheiro com seus jogadores
Jorge Freitas

Colunista esportivo do portal 'No Ângulo', este internacionalista é mais um louco do bando e busca analisar o Timão com comprometimento com a realidade e as necessidades do maior clube do planeta.

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Marketing adormecido: Corinthians precisa aprender a fazer dinheiro com seus jogadores

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Marketing adormecido: Corinthians precisa aprender a fazer dinheiro com seus jogadores

Corinthians desperdiça o potencial de 30 milhões de clientes fiéis

Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians

É de conhecimento geral que o marketing do Corinthians existiu por alguns anos com Ronaldo e logo depois desapareceu. Com mais erros que acertos, a seção responsável por gerar receita em torno de publicidade e imagem parece se limitar quase que exclusivamente em transformar o uniforme da equipe em um macacão de Fórmula 1 ou fazer eventos festivos no aniversário do clube.

É raro vermos uma ação que explore a imagem dos jogadores, que recebem muito bem por seus direitos, diga-se de passagem.

Mesmo com jogadores medianos no elenco, não se via campanhas que exploravam a imagem de nomes importantes , como Cássio e Fagner. Coisas simples como miniaturas de jogadores, eventos abertos ao público com presença de ídolos e itens personalizados raramente são feitas, cabendo geralmente às mídias não oficiais gerar receita em torno disso, como na criação de memes, clickbaits e outras formas de consumo.

Nesse momento, com o time em ascensão, o potencial do marketing se torna infinitamente maior. Temos em Roger Guedes o grande fenômeno que pode reativar o departamento do clube. Jovem, de boa marra e com carisma, o jogador já conquistou a torcida do Corinthians e, se bem utilizado, pode ser uma espécie extracampo do que Neymar foi para o Santos no começo da década passada.

Mas não é só ele. Por que não reviver histórias da conquista do hexacampeonato em campanha com Renato Augusto? Ou ainda, aproveitar a ligação de William com o Terrão para executar projetos ligados às categorias de base do clube?

Mas onde estaria o adormecido marketing do Corinthians?

Sabemos que no Brasil o marketing esportivo é muito pouco explorado. Basicamente, fazem-se alguns itens de colecionadores, em grande maioria para aqueles que querem e podem fazer investimentos altos, além de camisetas, infinitas, que representam desde réplicas de momentos históricos do clube, como as usadas pelo dr. Sócrates e na final do Mundial de 2000, como ações sem potencial nenhum, como a famigerada "Sou Mano do Mano".

Mas é isso e só.

Ao entrar no site da rede oficial do Corinthians, a oportunidade de compra praticamente se limita a camisetas, bermudas, roupas casuais ou de treino, além de alguns acessórios como bolas e relógios. Não há nada que represente valor para alguém que queira, por exemplo, ter em sua casa um momento histórico do clube ilustrado por uma estatueta em miniatura, uma cópia de uma item utilizado por algum jogador ou uma fotografia de um lance histórico.

Imagine como seria bem explorada financeiramente a imagem de Tite entre 2012 e 2015 se seus feitos fossem transformados em itens? Ou também como seria ter algum item que faça alusão a momentos especiais, como o gol de Romarinho contra o Boca Juniors, o domínio na cabeça de Romero contra o Palmeiras, o golaço de Ronaldo na final do Campeonato Paulista de 2009 ou as históricas embaixadas de Edilson?

E uma edição limitada de "canetas Augusto" com tinta preta em 2015, por mais simplório que seja, será que não traria retorno?

É claro que nem toda a torcida poderia fazer uma coleção, haja vista a limitação financeira da grande maioria, mas o retorno seria notável se conseguíssemos vender em média um item por torcedor.

No final do ano passado, a revista Forbes elegeu o Corinthians como a equipe mais valiosa da América do Sul, com um valor de R$ 3 bilhões de reais, atrás apenas do Atlanta United (EUA) no ranking geral das Américas.

Isso mesmo, 3 BILHÕES de reais.

Mas em que isso reflete nos cofres do clube? É suficiente que a receita venha majoritariamente de venda de jogadores, patrocinadores e renda de jogos? Pela dívida milionária, fica claro que não.

Qualquer empresa com 30 milhões de clientes faria de tudo para capitalizar esse potencial. Ainda mais sabendo que não há concorrência com adversários, pois quem torce para o Timão não se divide a outro clube.

Mas por que o Corinthians não faz?

Até mesmo a linda camisa em homenagem ao ídolo Senna foi quase que inutilizada durante a temporada, mesmo sendo Ayrton uma figura de alcance mundial.

Mais recentemente, o lançamento do fantoken $SCCP, embora seja uma medida para aproximar o torcedor do clube, ainda é pouco popular e pode, se não for constantemente modernizada, tornar-se apenas um item de especulação do mercado financeiro, com ligações desimportantes com o clube, como votações que não representam nem influenciam em nada dentro do campo.

Agora, o Timão tem mais uma oportunidade de reativar seu marketing com tantas contratações que fazem o torcedor querer encher novamente o estádio para acompanhar os craques mais de perto. Mas não pode ficar só nisso.

Se tempo é dinheiro, o Corinthians perde a oportunidade de monetizar os ativos que possui em mãos, talvez por incompetência, talvez por desinteresse.

Veja mais em: Ações de marketing.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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