Rendimento do Corinthians despencou com menos tempo de descanso entre os jogos
Análise de Jorge Freitas
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Depois de duas boas partidas pelo Campeonato Brasileiro, o rendimento do Corinthians caiu notoriamente nos últimos jogos. Não coincidentemente, foi nas últimas duas semanas que o clube deixou de ter descansos semanais e passou a encarar uma partida a cada três ou quatro dias.
Se antes o time vinha de uma sequência sem derrotas, bastou o calendário apertar para a equipe conhecer duas derrotas em apenas quatro jogos, numa queda clara de qualidade técnica, tática e física. Nem mesmo as duas vitórias foram suficientes para trazer segurança ao time. Contra o Bahia, enquanto jogávamos 11 contra 11, perdíamos de 1 a 0. Já contra o Fluminense, menos finalizações a gol que os cariocas e apenas um chute efetivamente ao alvo, que, por qualidade do garoto GP, foi parar no fundo do gol.
Se comparados os quatro jogos imediatamente anteriores à maratona com os disputados nas últimas duas semanas, o Corinthians passou de uma média de 1,5 gol por jogo para apenas 1 por partida. Se desconsiderarmos o período em que jogamos com um a mais contra o Bahia (cujo desequilíbrio foi notável), essa média cai para apenas um tento em três jogos e meio disputados, ou seja, uma média de 0,14 gols a cada 45 minutos.
Apesar de o time comandado por Sylvinho até aqui não ter convencido (especialmente por seu mau rendimento na Neo Química Arena), é inegável que chegou a apresentar bom futebol antes dessa intensificação do calendário, especialmente nos jogos contra Palmeiras e Bragantino, curiosamente, times que, ao contrário de todos os outros rivais que dificultaram a vida da equipe, brigam por G4 e são finalistas de competições sul-americanas.
Ou seja, está claro que o Corinthians, embora tenha um time com bons jogadores e ainda esteja em estágio embrionário de formação, apresenta dificuldades quando o tempo para treinar e, especialmente, recuperar jogadores, é menor.
Naturalmente, se considerarmos que a próxima temporada deve vir com Libertadores da América (eu ainda acredito), Paulistão, Copa do Brasil e Brasileirão, é extremamente temerário começá-la sem qualificar o elenco e, principalmente, conseguir jogadores mais jovens em posições cruciais, como no caso da centroavância e da lateral esquerda, cujos donos já não praticam bom futebol há algum tempo e estão bem abaixo da forma física ideal para 60, 70 jogos ou mais em apenas um ano.
Também será necessário um novo goleiro para rivalizar com Cássio, cujas dificuldades e falhas ainda são toleráveis pela diretoria, comissão técnica e parte da torcida não somente por sua idolatria e grandeza dentro do clube, mas também porque erros em jogos de pontos corridos de time que não disputa o título costumam chamar menos atenção do que aqueles em competições mata-mata, quando pode custar uma classificação.
Aliás, vale destacar que durante o mês de novembro, o Timão terá nada mais, nada menos que oito partidas, uma média de um jogo a cada 3,75. Em outubro, mês em que já tivemos cinco e teremos mais um jogo no próximo final de semana, a média foi de uma partida a cada 5,16 jogos. Além disso, o mês de dezembro seguirá o ritmo de novembro, com duas partidas em apenas cinco dias, para finalizar o Brasileirão 2021.
Em outras palavras, o calendário de novembro promete ser ainda mais apertado do que foi outubro. Em razão disso, não será de se espantar uma melhora de rendimento nas três próximas partidas (Internacional, Chapecoense e Fortaleza) em razão do tempo semanal de descanso seguida de mais uma queda para encarar os oito jogos restantes em apenas 25 dias.
Por mais que iniciemos uma temporada esperando brigar contra o rebaixamento e que, neste momento, estejamos na zona de classificação para a Libertadores, será frustrante encerrá-la sem ao menos uma vaga na fase de grupos da competição, posição que, muito provavelmente, estará garantida para até a sétima colocação.
Corremos risco?
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