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Corinthians não deve bater a meta de vendas em 2021. O que fazer?
Jorge Freitas

Colunista esportivo do portal 'No Ângulo', este internacionalista é mais um louco do bando e busca analisar o Timão com comprometimento com a realidade e as necessidades do maior clube do planeta.

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Corinthians não deve bater a meta de vendas em 2021. O que fazer?

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Corinthians não deve bater a meta de vendas em 2021. O que fazer?

Diretoria corinthiana observa treino do clube

Foto: Rodrigo Coca / Agência Corinthians

A diretoria corinthiana já considera como praticamente impossível atingir a meta de venda de jogadores em 2021, orçada inicialmente em R$ 95 milhões. Embora a venda de jogadores sempre tenha sido uma das principais fontes para equilibrar os gastos descontrolados de todos os clubes no Brasil, a realidade é que o cenário se alterou e resultados fracos como esse pode se tornar comum nos próximos anos.

Se analisarmos os últimos anos por aqui, propostas de clubes da Europa para jogadores com idade acima de 20 anos já tem sido bastante raras. Aparentemente, os europeus perceberam que jogadores brasileiros chegam por lá com grande deficiência tática e que, na maioria dos casos, se destacam mais pelas características técnicas particulares que por entender o desenho do jogo.

Com a evolução do futebol na Europa e a estagnação (ou até retrocesso) no Brasil, as equipes do Velho Continente preferem investir em seus próprios jogadores, muitas vezes não tão bons tecnicamente, mas com boa formação tática desde a infância ou adolescência, que gastar milhões com jogadores que podem simplesmente não se adaptar a uma nova realidade, bem diferente da vivida no Brasil.

Dois casos são bens comuns e recentes. O primeiro deles é de Everton Cebolinha, jogador aparentemente formado, contratado pelo Benfica como o grande nome do mercado brasileiro, mas que não consegue ter destaque em um país que nem é o centro do futebol da Europa. O outro é de Vini Jr., ainda em formação, com muita qualidade técnica, mas com falhas que dificultaram seu início no clube. Hoje, é consenso que o brasileiro é o principal jogador de La Liga.

Infelizmente, os grandes centros da Europa tem virado cada vez mais o nariz para jogadores daqui. Torna-se preferível, para os maiores clubes, contratar algum brasileiro que já esteja na Europa, que tenha mantido o bom nível de futebol (e/ou evoluído) e que possa jogar em grandes times, como foi o caso de Marquinhos, Alisson, William, Felipe e David Luiz, ou jogadores jovens para que terminem a formação por lá.

Hoje, quem olha para os jogadores brasileiros são os mercados árabes, norte-americano e chinês, locais cujo desenvolvimento é aquém até mesmo que do Brasil, mas que possuem dinheiro (ainda mais com o dólar valorizado) para contratar bons jovens jogadores, como ocorreu recentemente nos casos de Brenner, ex-São Paulo, e de Soteldo, venezuelano que se destacou no Brasil.

Sabemos, é claro, que ainda chegam ofertas de clubes europeus para nossos atletas (o Corinthians recusou algumas nessa temporada), mas em valores cada vez mais insuficientes, já que os times de lá começaram a entender o alto risco ao comprar do Brasil.

Diante desse novo cenário, é fundamental que o Corinthians repense não somente seu orçamento, mas também a sua formação de jogadores. Não há nada mais ultrapassado que a ideia de que os brasileiros são melhores por talento puro e que sempre terão espaço nos grandes clubes europeus. A prova está no fato de que desde 2002 não vencemos seleções europeias em mata-mata de Copas do Mundo, ou seja, ficamos para trás.

Portanto, é ilusão achar que todo ano aparecerá alguém disposto a comprar um Pedrinho se a base não formar jogadores com conhecimento tático e preparação física adequados.

Além disso, é essencial também procurar novas formas de receita. Sempre falo do quanto o marketing no clube é adormecido. As campanhas são vergonhosas (se é que existem). A arrecadação é quase nula. Há quanto tempo não se fala do tal fan token $SSCP? E projetos com os novos jogadores que chegaram e agradaram à torcida?

Até o momento, o Timão arrecadou cerca de 14% do que pretendia com vendas até o final do ano. É preciso se reinventar.

Veja mais em: Elenco do Corinthians e Diretoria do Corinthians.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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