Fernando Lázaro surpreende positivamente em seu inicio não só no Corinthians, mas na carreira como técnico. Em menos de um mês de temporada, é possível notar nos jogos algumas correções feitas pelo novo treinador em relação ao legado deixado por um Vítor Pereira bem mais experiente.

Listo algumas abaixo (todas vistas na vitória sobre o Botafogo-SP). E convido quem quiser a também deixar suas observações nos comentários aqui da coluna!

4-4-2

Lázaro se adapta ao elenco ao invés de forçar o contrário. Talvez esse seja o grande mérito do técnico, que já foi auxiliar e também analista no clube, enriquecendo obviamente seu entendimento sobre os jogadores que tem à disposição. Não tem pontas? Esquece o 4-3-3! E olha que muito torcedor já dava essa letra para o último treinador...

Róger Guedes

O novo esquema obriga o camisa 10 a virar um camisa 11 - mas com possibilidade de jogar como 10. Como segundo atacante, vive sua melhor fase desde que chegou ao Corinthians, há um ano e meio. Um dos melhores do elenco no aspecto físico, fica até o fim dos jogos e consegue "virar" armador quando outro atacante sai do banco de reservas (como Romero ou Júnior Moraes).

Renato Augusto e Fagner

Os dois jogadores mais cerebrais do elenco ganharam mais liberdade com Lázaro. Jogando mais recuado e com mais apoio no meio de campo, Renato consegue armar com mais qualidade. Sem pontas, Fagner não só pode como deve subir como válvula de escape no ataque.

Adson

Centralizado: não apenas porque o 4-4-2 pede alguém na ponta do losango, mas também porque foi assim que se destacou nas categorias de base do Corinthians. De quebra, se movimenta arrastando marcadores e abrindo espaços para nomes como Renato Augusto e Fábio Santos.

Roni e Giuliano

Jogadores criticados ano passado não porque não são bons, mas porque não rendiam nas funções em que eram escalados: Roni como primeiro volante faz com que hoje ninguém sinta falta de Fausto Vera (algo impensável há um mês) e, mais do que isso, abre caminho pra um teste em que jogue junto com o argentino, sendo esse sim um possível ótimo segundo volante; Giuliano, que não consegue ser um armador criativo, foi testado mais recuado, onde dá "pegada" no meio e segue como elemento surpresa no ataque.

Movimentação

Os jogadores se movimentam muito mais em comparação ao jogo posicional de Vítor Pereira. No fundo, é uma consequência da mudança de esquema: se você não tem pontas fixos, precisa ocupar esses espaços (e outros) do campo, gerando novos espaços, e novas ocupações de espaços, etc... Essa nova forma de atacar tem ajudado a abrir defesas adversárias, uma das dificuldades de 2022.

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