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Rafael Castilho

Rafael Castilho é sociólogo, especializado em Política e Relações Internacionais e coordenador do NECO - Núcleo de Estudos do Corinthians. Ele está no Twitter como @Rafael_Castilho.

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Cássio, Róger Guedes, Fábio Santos e Bruno Melo comemoram a classificação do Corinthians

Foto: Rodrigo Coca / Agência Corinthians

O corinthiano acorda com uma sensação maravilhosa que há tempos não sentia.

É um gosto diferente. Um raro prazer, sabor de emoção.

Não sei se é a endorfina, a serotonina, que hormônio é esse? Algo que desperta dentro da gente, deixa a gente feliz, bem disposto, bonito, otimista, cheio de amor no coração. Deve existir um hormônio chamado corinthianina, no futuro os cientistas certamente irão descobrir. Não é algo tão raro, milhões de pessoas desenvolvem a corinthianina. Um doce mistério da vida esse Corinthians.

Só corinthiano entende. Não quero ser pretensioso, tampouco diminuir o amor de qualquer torcedor pelo seu clube. Mas, é diferente e muito estranho. Ao mesmo tempo que ganhamos um jogo dentro do campo, a sensação dentro do peito da gente não tem muito a ver com futebol.

O Corinthians é um pileque, uma noite bem dada de sexo, é amor puro e verdadeiro, é uma amizade sincera, é um sonho de criança, é um amor de mãe, é o pai vivendo a vida do filho. O Corinthians é a liberdade, a descoberta, a catarse, a satisfação, o orgasmo, o cheiro de mato, o sol que desperta entre as nuvens aquecendo o rosto numa tarde de inverno. O Corinthians é o vicio, a virtude, o bem, o mal, nossa fraqueza e nossa maior fortaleza.

No fundo, a sensação que a Fiel tem no dia de hoje, é aquela que perseguimos desde o primeiro dia em que nos descobrimos corinthianos. Ela recompensa quase tudo, faz a vida ter algum sentido.

É entrar no metrô lotado e simplesmente fechar os olhos e deixar a viagem fluir. É estar sem grana pra porra nenhuma, mas decidir que vai parar na feira para comer um pastel. É acreditar que o futuro pode ser melhor. Que o Brasil merece ser feliz. É sentir o cheiro do cangote da mãe. É passar horas conversando com o porteiro do prédio. É ligar para o amigo no meio da madrugada. É tocar de repente no rádio a música que você mais gosta.

Essa vitória foi deliciosa. Quantas vezes jogamos como nunca e perdemos como sempre? Quantas vezes merecemos, mas ficamos pelo caminho? A sorte tem que repousar do nosso lado também. Dessa vez jogamos como quase sempre e ganhamos como quase sempre, ou seja, na raça, no coração, na superação.

Talvez a melhor notícia seja essa. A sorte veio nos visitar. Não se trata de euforia, mas de ver as coisas clareando. Dias melhores estão por vir.

Cassio é um herói real. Humano, gigante, monstro, mutante, com uma feiura linda e comovente. Parece ter saído de uma história em quadrinhos. Devo a ele dias incrivelmente felizes nessa minha experiência terrena.

Fiel, feliz dez anos da Libertadores. Deu pra reviver aquele ano maravilhoso.

Tem muito mais coisa por vir. O Corinthians se reconstrói, encontra forças, é iluminado e protegido. Tem consigo a condução de seus antepassados que construíram o Time do Povo.

O Corinthians tem presença de espírito.

Vai, Corinthians!

Veja mais em: Libertadores da América e Torcida do Corinthians.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Por Rafael Castilho

Rafael Castilho é sociólogo, especializado em Política e Relações Internacionais e coordenador do NECO - Núcleo de Estudos do Corinthians. Ele está no Twitter como @Rafael_Castilho.

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