Corinthians sem time e sem técnico. Parabéns aos envolvidos
Opinião de Roberto Gomes Zanin
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Baseado no bom senso e na indignação, critiquei a escolha de Sylvinho para ser nosso técnico.
O trio genial composto por Duílio, Roberto e Alessandro optou por um projeto de treinador, com quase nenhum quilômetro percorrido à beira do gramado.
Ora, meus caros. O elenco é fraco, composto por medalhões acomodados, que se acham os donos do clube, jogadores vindos da base (a maioria, medíocres) e o restante do grupo formado por perebas. Se para um bom técnico já seria difícil fazer esse bando jogar, imagine o que um projeto de técnico como Sylvinho poderá fazer?
“Ainnnn, mas ele nem teve tempo de trabalhar”, dirão os cordeirinhos.
Meu Deus do céu! O cara teve a chance de começar enfrentando um time mediano, duas vezes seguidas, na Arena.
Começou mal, perdendo o primeiro jogo. Em seguida, teve oportunidade de analisar o adversário e mudar a postura, o esquema e transformar tudo o que não deu certo na derrota. Todo o mundo sabia que o Atlético jogaria no erro do Corinthians, apostando no contragolpe rápido.
E o que o novato faz? Coloca praticamente o mesmo time em campo, com exceção do Araos, atleta que está há um bom tempo no clube e não agradou com nenhum treinador.
Pior: avançou as linhas como se tivéssemos um timaço e não, um time mediano.
E tem um pecado mortal, que se fosse eu presidente do clube, demitiria na hora o treinador que o cometesse: escalar Camacho. O rapaz não marca, não arma, ou seja, é um peso morto. Quase caí da poltrona quando vi que esse cidadão seria titular.
Se eu fosse o empresário do João Victor eu pediria para o jogador ser negociado. Calma, ele não é nenhum craque, mas, de longe é o jogador em melhor fase nesse time.
Por que não tentar algo diferente? Sei lá, colocar o João Victor à frente da zaga, (falando em zaga, Gil não acompanhou o cara que fez o segundo gol e Raul tem falhado muito. Entregou a paçoca contra o Palmeiras e foi bisonho novamente.
Aí me preguntam: você fala que o elenco é fraco e põe a culpa no técnico?
A culpa maior é da “diretoria”, por escolher o quase técnico Sylvinho. Coloco entre aspas, porque, esses iluminados fazem de tudo (tudo mesmo), menos dirigir.
O nosso carro corre em direção ao precipício da Série B. A estrada é pavimentada porque, se o time é fraco (e, incrivelmente a maior marca do futebol brasileiro está na lona, sem um tostão para contratar um mísero centroavante), o técnico NÂO PODE SER FRACO. Entenderam?
Se tivéssemos um bom elenco com um técnico fraco, o time poderia até dar certo, se os boleiros gostassem do professor (como Oswaldo de Oliveira, em 1999-2000).
Se o elenco fosse mediano e o técnico fosse bom, daria para conseguir algum milagre, como o Brasileiro de 1990. Naquela época Nelsinho Baptista rivalizava com Luxemburgo sobre quem seria o melhor técnico do Brasil. Depois, ele ficou para trás.
Mas técnico fraco e elenco fraco é o pior dos mundos.
Nesse cenário, não nos iludamos: fazer 45 pontos e não ser rebaixado será como se fosse um título.
Resumo da ópera. Essa turma, que colocou o Corinthians no buraco, deveria ter o mínimo de lucidez para saber isso. Já que não pudemos contratar um técnico da primeira prateleira e não trouxemos um estrangeiro capaz de dar padrão tático ao time, é melhor trazer um Guto Ferreira da vida, ou outro do mesmo naipe, que esteja acostumado a lidar com elencos medíocres e livrá-los do rebaixamento. Somos gigantes, mas hoje a realidade é essa. Não nos iludamos.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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