Veja bem:

- Alberto Valentim sai vitorioso de 2021: ganhou a Copa Sulamericana com o Athletico PR e está na final da Copa do Brasil. O aproveitamento no campeonato brasileiro é ruim, porém, caso não caia para a segunda divisão (eu sinceramente não acredito nessa possibilidade), o saldo será extremamente positivo: um título internacional + um possível título nacional. Dirigindo um clube cuja influência não ultrapassa a Região Metropolitana de Curitiba.

- Renato Gaúcho foi nos últimos anos um nome cotado para assumir a seleção brasileira, sobretudo por setores da mídia que não gostam do trabalho do Tite (desconsidere se você concorda ou não com isso - essa não é a questão). Hoje, no Flamengo, há quem argumente que ele não vai ficar na equipe em 2022, ainda que seja campeão da Libertadores. Parte da torcida acredita que Renato não está a altura do elenco do Flamengo e pede o retorno de Jorge Jesus.

- Cuca foi campeão brasileiro e campeão da Libertadores na última década. Foi, ainda, finalista da Libertadores com o Santos. Será campeão brasileiro em 2021 e tem a chance de conquistar a Copa do Brasil também. Alguns, porém, brincam que o 'Hulk salva sistematicamente o emprego do Cuca' no Atlético Mineiro. Outros sustentam que ele é um bom técnico e sabe conduzir bons elencos.

- Abel Ferreira foi campeão da Libertadores e campeão da Copa do Brasil em uma mesma temporada. É atual finalista da Copa Libertadores pelo Palmeiras. Há quem faça críticas ao treinador, incluindo pichações com xingamentos dirigidos ao português nos muros do CT da Barra Funda. Ser duas vezes finalista da Libertadores, estar sempre no G4 e ganhar uma Copa do Brasil não está de bom tamanho? Ou será que derrotas em 'recopas' são assim tão relevantes?

- Maurício Barbiere é outro treinador contestado por muitos e adorado por outros tantos. Levou o bom e jovem elenco do Bragantino para a final da sulamericana de 2021. É forte candidato a vaga para a Libertadores de 2022, e caso esta seja concretizada, alcançará as metas da diretoria do Massa Bruta para a temporada. Mas, para alguns, o time estaria melhor sem ele.

O que pega nisso tudo é a existência um padrão de comportamento da torcida que atribui todo o fracasso do time ao treinador. Os jogadores não são responsabilizados na mesma proporção pelos resultados ruins ou pelo mal desempenho em campo. O país é uma máquina de moer reputações e os treinadores são os maiores penalizados desse processo. O engraçado é que ganhando ou perdendo títulos, o basal é a 'instabilidade' no cotidiano desses profissionais.

O que vocês acham disso?