Marcos Gomes
Curiosamente o futebol brasileiro parou de produzir craques desde a instituição da Lei Pelé.
em Bate-Papo da Torcida > Os Aliens estão aqui
Em resposta ao tópico:
É inegável que a Lei Pelé trouxe inovação que se fazia necessário na relação Clube de futebol empregador x Atleta funcionário do clube.
Antes do surgimento da mesma, o argumento usado para criá-la, foi que o jogador até então, era refém do clube enquanto esse possuísse seu passe e que o jogador não possuía liberdade total para escolher seu local de trabalho, ficando vinculado ao clube, a mercê de sua boa vontade, de quando e para qual clube seria vendido.
Uma pausa para a reflexão de todos, apenas para lembrar que naquela época, o Brasil produziu os maiores talentos da história do futebol mundial e a seleção brasileira era temida e respeitada em qualquer gramado que entrasse, em qualquer lugar do planeta.
Podemos portanto concluir que, do ponto de vista de formar o atleta, em seu crescimento técnico e sua proficiência, até então, tudo caminhava 'muito bem obrigado. '
Então a tal lei entrou em vigor e transformou de maneira profunda a vida dos clubes e dos atletas.
Mas a mudança foi boa ou má?
Hoje concluimos que a lei foi boa para os jogadores e péssima para os clubes.
Não estamos aqui contrários à lei propriamente dita, em todos seus meandros, artigos e obrigações, de ambos os lados da relação profissional.
Ou seja, não estamos discutindo causas.
Ao contrário disso estamos falando sobre os efeitos por ela criados.
E quais são esses efeitos? !
Concluimos também que os efeitos causados foram muito além daqueles que foram inicialmente desejados, por aqueles que conceberam a lei.
Ou seja, o atleta adquiriu liberdade tal, que ultrapassou a competência que os clubes possuíam.
O interesse profissional e econômico dos clubes, em manter os atletas em suas fileiras, enquanto esse ao longo dos anos, adquiria elevada capacidade técnica e proficiência; passou à não mais existir.
O resultado foi a formação incompleta de atletas com grande capacidade técnica e proficiência para a prática do esporte.
Aqueles que conseguem desenvolver tal capacidade ainda jovens, são precocemente vendidos ao exterior.
Uma prova dessa maléfica dinâmica criada, é o grande número de jogadores estrangeiros presentes hoje nos clubes de futebol no brasil; que buscam no estrangeiro suprir a carência técnica existente internamente.
Nunca houve na história do futebol brasileiro, tantos atletas estrangeiros como existem hoje.
Chegamos hoje ao extremo, de contratar no estrangeiro, um Atleta brasileiro de 31 anos, que nunca atuou em seu próprio país.
Resumindo, a lei Pelé ao retirar o poder dos clubes de possuírem o passe dos atletas, abriu uma lacuna que foi preenchida por empresários e balcões-de-negocios, que pouco se importam com o esporte futebol.
É preciso urgente rever essa relação entre clubes x empresários, pois da maneira que vai, a tendência é o futebol brasileiro à cada dia, perder ainda mais sua própria identidade.