Enzo Franco
@all.colatra em 27/03/2024 às 10:47
E ídolo é algo pessoal, onde inclusive as vezes tem mais ligação com o aspecto de força de vontade, de conduta, do que propriamente do nível técnico
Aí é outro dilema, ainda mais profundo, porque o ídolo, a princípio é ídolo do clube (instituição), ele registra seu nome na história do clube (ou nação) através dos dias de glória, participando ativamente das conquistas, ou seja, há um certo consenso. Inclusive, até tempo atrás, um menino postou ídolos do Timão em 'desenho', e tinha desenhado o Emerson Sheik e Paolo Guerrero, mas conforme a opinião de um torcedor, adivinhe a figura de quem não deveria constar na homenagem, e com qual justificativa? Nem queiram saber... Spoiler: tem Flamengo envolvido. Hahahaha
Por que a princípio é ídolo do clube (instituição) e só depois das pessoas? Exemplos: Edmundo no Palmeiras ou próprio Viola no Corinthians, que acabou de receber uma homenagem para deixar os pés na calçada da fama do Corinthians, onde alguns torcedores torceram o nariz e por birra questionaram os méritos dele. Sobre o 'só depois das pessoas', aqui entra a sua frase em destaque, exemplos: adolescentes brasileiros com camisetas com nomes do Messi ou Cristiano Ronaldo.
No Brasil também há o craque que supera barreiras, tornando-se um ídolo nacional ou até mesmo internacional, sendo admirado inclusive pelos torcedores rivais por conta do empenho e dedicação pela camisa da Seleção Brasileira. Exemplos: Pelé, Ronaldo, Zico, Rivaldo, Roberto Carlos, Ronaldo Gaúcho, Roberto Dinamite... A lista é extensa, mas ainda não consigo ver o Neymar no mesmo nível deles, nem mesmo no mesmo nível de Cristiano Ronaldo ou Messi, isso porque não idolatro nenhum dos dois, mas enfim, sou velho demais para essas coisas, fico mais nas análises para tentar entender o que pensam outros torcedores.
Aproveitando o gancho, segue um relato pessoal, naquela final de 1998 na França, Stade de France, segunda final depois de 28 anos, eu fiquei indignado com o vice campeonato, mas ao mesmo tempo satisfeito em ter visto um craque capaz honrar o título de craque, até então eu tinha as minhas dúvidas, pois não acompanhava os jogos do Bordeaux e nem do Juventus.
em Off topic > [OFF] Dissonância Cognitiva na Prática
Em resposta ao tópico:
Após criar alguns tópicos por aqui, com o intuito de avaliar técnicas e habilidades acima da média de um jogador, percebi que alguns participantes do fórum fazem confusão com os termos ídolo x craque. A impressão que dá, é que na cabeça dessa turma, apenas o ídolo pode ser chamado de craque, e que para ser ídolo, precisa 'se manter' craque por diversos anos, ou seja... Tudo o que o jogador mostrou ser capaz de fazer na temporada anterior, é insuficiente, é como se o jogador precisasse novamente provar o que sabe fazer, pois em todo início de temporada ele volta a ser normal para bagre. Bom, pensando nisto, resolvi anexar o print screen do Google para explicar que o craque não precisa provar mais nada, pois a partir do momento que ele atinge o título de craque, é porque seu futebol já está muito acima da média, se ele virá a ser ídolo de algum clube, aí é outra conversa.
Dois bons exemplos de craques que não são ídolos é o Rivaldo (62 jogos e 22 gols) e Edmundo (33 jogos e 23 gols), e de craques que viraram ídolos são Ronaldo (69 jogos e 35 gols) e Tévez (78 jogos 46 gols). Agora o caso mais emblemático, em 90/91, Neto fez 97 jogos e 40 gols, mas que para muitos, ele não é craque e nem é ídolo. Conclusão: Descobrimos que identificação do jogador com o clube é relativa no conceito do torcedor, descobrimos também que longevidade dentro do clube é subterfúgio para esses torcedores exercitarem a dissonância cognitiva.