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As consequências das novas regras de empréstimo para o Corinthians
Jorge Freitas

Colunista esportivo do portal 'No Ângulo', este internacionalista é mais um louco do bando e busca analisar o Timão com comprometimento com a realidade e as necessidades do maior clube do planeta.

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As consequências das novas regras de empréstimo para o Corinthians

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As consequências das novas regras de empréstimo para o Corinthians

Mateus Vital: contratado, nunca rendeu o esperado e acabou emprestado pelo Corinthians

Foto: Rodrigo Coca/ Agência Corinthians

Nesta quinta-feira, a Fifa anunciou novas regras para o empréstimos de jogadores, que abrangerá todos os clubes do cenário mundial. A partir da metade do ano, um clube, por exemplo, poderá emprestar no máximo oito jogadores simultaneamente. Todas as novas regras e seus prazos estão detalhadas aqui na matéria do Meu Timão.

Com previsão para que as regras passem a valer a partir de 30 de julho deste ano, os prováveis objetivos almejados pela Fifa são o aumento da competitividade entre as equipes e do planejamento de futebol, a diminuição de clubes super inchados, o fim das contratações para empréstimos e o fortalecimento das categorias de base.

O corinthiano, infelizmente, se acostumou com nomes duvidosos chegando ou com salários altos ou sem sequer serem aproveitados antes de serem repassados a um novo clube. Com uma política de contratação "a baciada" até o fim do mandado do último presidente, o Corinthians chegou a ter mais de duas dezenas de jogadores emprestados ao mesmo tempo em setembro do ano passado (sendo ao menos 14 contratados e pouco aproveitados).

Dentre tantos nomes, destacam-se jogadores contratados para ganhar salários relativamente altos como Jonathan Cafu e Sornoza, outros que tiveram pouquíssimas oportunidades, como André Luis, Mateus Davó e Éderson, e alguns cuja contratação jamais fora explicada, como Léo Natel, Matheus Jesus, Fessin, Everaldo e Richard. Tudo isso sem falar de figuras que há pouco tempo despontavam no time titular como Mateus Vital e Ramiro.

Em outras palavras, a política de contratação por tentativa e erro usada por Sanchez em seu mandado anterior deve perder terreno no cenário nacional. Não se poderá trazer o jogador na expectativa de que dará certo e, caso não dê, o empréstimo resolveria o problema. Caso contrário, a punição será elencos inchados, coisa com a qual treinador nenhum gosta de trabalhar. Da mesma forma, não se poderá rodar jogadores infinitamente por empréstimo até o término do contrato, como nas contratações de Guilherme, Giovanni Augusto e Marquinhos Gabriel.

O grande ponto, portanto, dessa mudança trazida pela Fifa é a necessidade ainda maior de planejamento. Realizar contratações pontuais, como tem feito Duílio até aqui, será cada vez mais fundamental. No entanto, isso não se faz aleatoriamente, mas sim de forma pensada, com um bom centro de inteligência e, principalmente, coordenação e entendimento entre diretoria e comissão técnica.

Felizmente, até aqui todos os reforços que vieram na nova gestão entregaram resultado. Mas o que acontece se Robson Bambu ou Bruno Melo, que vieram sob empréstimo não entregaram um bom futebol? Ou ainda, como reagir em casos de contratações que pareciam pontuais, mas se tornaram verdadeiros fracassos, como no caso da segunda passagem de Sidcley, visivelmente fora do peso ideal?

Vale destacar também que os clubes europeus terão ainda mais cuidado antes da contratação de um jogador acima dos 21 anos. Se tem sido cada vez mais difícil buscarem jogadores acima dessa idade no mercado brasileiro, com o risco de não poderem emprestar para ganhar rodagem ou em caso de não-adaptação/decepção, os clubes de lá terão atenção redobrada antes de investirem por aqui. Ou seja, afetará também diretamente a receita dos clubes.

Enfim, um passo ao profissionalismo do futebol. Equipe não se monta aleatoriamente, é preciso entendimento, planejamento, coordenação. As novas regras da Fifa, se não forem burladas pelo famoso jeitinho brasileiro de sempre, serão importantes para a profissionalização de nosso futebol.

Veja mais em: Jogadores emprestados.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Por Jorge Freitas

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