Democracia Corinthiana, Caio Ribeiro e a pandemia do novo coronavírus no Brasil
Opinião de Julia Raya
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A pandemia do novo coronavírus e as restrições que ela tem causado são assuntos constantes entre toda a população mundial. No mundo do esporte, essa pauta tem ganhado ainda mais atenção recentemente - e no Brasil na última semana especialmente.
Como era de se esperar, a movimentação em outros países para a retomada do futebol virou pauta no Brasil e dividiu opiniões - apesar de, na minha, ser algo insustentável no momento. Comentaristas esportivos, jogadores e dirigentes têm debatido e se posicionado contra ou a favor da volta do futebol.
Apesar de não achar que esse seja o momento para a bola voltar a rolar, acredito que a discussão levantada é válida, até mesmo porque é importante dar para a população uma previsão de retorno da "vida normal", mesmo que ela seja constantemente postergada - além, claro, da necessidade de estarmos preparados e saber como agir quando o esporte retornar, o que deve acontecer de maneira gradativa.
Na última quinta-feira, o debate foi potencializado por um desencontro de opiniões entre Raí, dirigente do São Paulo, e Caio Ribeiro, comentarista esportivo da Globo, que acabaram levantando ainda o assunto sobre democracia.
Em entrevista ao GloboEsporte.com, Raí, além de falar sobre o futebol, teve também um forte posicionamento político, que foi rebatido por Caio Ribeiro. O são-paulino criticou atitudes do presidente do Brasil diante da crise de saúde que vive o país e sugeriu até uma renúncia para evitar um possível processo de impeachment, e foi repreendido pelo comentarista, que alegou não ter gostado do discurso porque "ele tem que falar de esporte". Quão perigoso é esse posicionamento do Caio. E é nesse ponto que entra a Democracia Corinthiana.
Pouco após esses posicionamentos, Casagrande, também comentarista esportivo da Globo, usou seu Instagram para se posicionar a favor de Raí e da democracia, e contra a volta do futebol neste momento. Um dos líderes da Democracia Corinthiana, o ex-jogador relembrou o movimento e sua importância para a história do Brasil.
Uma publicação compartilhada por Walter Casagrande Júnior (@wcasagrandejr) em
É sempre muito difícil misturar futebol e política. Isso sempre gera debates sobre ser certo ou errado. Mas é impossível que a democracia não esteja presente em todos os assuntos, seja de maneira mais discreta ou escancarada. Só que, nesse caso, a fala de Caio vai além do futebol.
O país vive um momento delicado (não só na saúde), em que se posicionar é, ao mesmo tempo, cada vez mais fácil e mais difícil. Mais fácil porque as pessoas têm criado coragem para expressar o que sentem e pensam. Mais difícil porque as ondas do linchamento e do cancelamento são cada vez maiores.
Obviamente, Caio tem o direito de dizer o que pensa, mas precisa tomar cuidado, até mesmo por ser referência para muitas pessoas.
Bom... daqui da minha casa e diante disso tudo, espero apenas que a democracia vença (sempre!) e que o futebol não seja retomado ainda. Não é o momento. A curva de casos e mortes ainda aumenta. Se cuidem.
Em tempo: o Corinthians, como mostrou o Meu Timão, tem ouvido especialistas sobre o assunto, além da CBF e da FPF, para decidir sobre a volta dos treinos e jogos. O clube também segue as recomendações da Organização Mundial da Saúde.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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