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As semelhanças preocupantes entre Corinthians e Arsenal
Memória Fiel

Nostalgia alvinegra que vai além dos jogos, gols e súmulas. Aqui reviramos os arquivos para reencontrar as várias pequenas histórias e detalhes que formam a gigantesca história do Corinthians.

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As semelhanças preocupantes entre Corinthians e Arsenal

Coluna do Juliano Barreto

Opinião de Memória Fiel

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As semelhanças preocupantes entre Corinthians e Arsenal

Foto: Reprodução

Há uma série de conhecidos da torcida corinthiana defendendo o Arsenal na atual temporada. Em campo, o meia Willian (revelado no Terrão), o zagueiro David Luiz (que se diz corinthiano) e o atacante Gabriel Martinelli (ex-futsal do Timão). Fora das quatro linhas, o diretor técnico Edu Gaspar e o fisioterapeuta Bruno Mazziotti repetem em Londres as funções que ocuparam por vários anos no Parque São Jorge.

Até nos bastidores, uma figurinha carimbada: Kia Joorabchian. O empresário da infame MSI hoje manda e desmanda nas contratações dos Gunners, representando atletas como os brasileiros mencionados acima e muitos outros. O diário The Guardian até publicou reportagem dizendo que a crescente influência de Kia tem desagradado internamente a diretoria do Arsenal.

A semelhança preocupante entre Arsenal e Corinthians, no entanto, não está nestes nomes e na influência (até certo ponto negativa) do trabalho recente deles no clube. O problema está na perda de identidade do time londrino nas últimas temporadas.

É fato que existem rivais da Premier League com (muito) mais investimento e até (um pouco) mais tradição que o Arsenal, mas o sentimento geral é de que o time se apequenou. Ficar de fora da briga por título ou não se classificar para a Champions League virou algo esperado.

A antes temida camisa vermelha de mangas brancas, agora não assusta nem os times pequenos que visitam o Emirates Stadium. Atualmente (15/02/21) o Arsenal ocupa a décima posição, 19 pontos atrás do líder Manchester City. Ninguém está surpreso com isso, já que a temporada 2021 já começou de forma vexaminosa: 13 pontos após 10 rodadas, igualando o pior desempenho desde o campeonato de 1981-82.

Talvez o torcedor mais novo já esteja acostumado a ver o Arsenal sendo “pequeno”. Fora da Champions League pelo quarto ano seguido, o time apenas consegue ser competitivo nas copas regionais que ninguém realmente presta muita atenção.

Anos atrás, porém, esse seria um cenário inacreditável. Desde a adoção do atual formato do Campeonato Inglês, no começo dos anos 1990, o Arsenal teve 22 temporadas, terminando entre as cinco primeiras posições. Depois disso, foi sexto lugar em 2017/2018, oitavo lugar 2019/2020, e em 2021 o chão é o limite. Mas, de novo, ninguém está surpreso com isso.

O Corinthians corre grande risco de seguir nessa mesma linha. Desde 2017 o clube teve campanhas mediocres no Campeonato Brasileiro e passou o ano acumulando vexames.

Ter menos dinheiro que os rivais não é desculpa para se acostumar com a mediocridade atual. Times com menos dinheiro e menos camisa, tanto no Brasil quanto na Inglaterra, conseguem se organizar e fazer papéis dignos nos campeonatos nacionais.

Se o Corinthians não mudar radicalmente sua estratégia de gestão e parar de contratar jogadores caros e inúteis apadrinhados por agentes de moral duvidosa, o prestígio dos seus 110 de história não será o suficiente para recolocar o time no lugar em que estamos acostumados.

Não há desculpa cabível para gigantes como Corinthians e Arsenal “encolherem” e tudo continuar igual ano após ano. A situação atual tem responsáveis e eles precisam ser muito cobrados, antes que seja considerado normal ver o Corinthians ocupando o meio da tabela.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Coluna do Juliano Barreto

Por Juliano Barreto

Jornalista, biógrafo, maloqueiro e sofredor. Desde 1993 recorta jornais, revistas e guarda tudo relacionado ao Coringão. Neste blog, vamos tirar a poeira desses arquivos e matar as saudades.

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