Não coloquem na torcida do Corinthians uma responsabilidade da diretoria
Opinião de Tomás Rosolino
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Abro de novo uma coluna nesse espaço dizendo o que repito há alguns meses: a temporada ruim do Corinthians tem a diretoria como principal responsável, muito acima de qualquer outro fator. Luxemburgo e os atletas têm sua parcela de culpa, é claro, mas, somados, não atingem metade do causado pelas decisões erradas da cúpula diretiva desde dezembro.
O preâmbulo é necessário porque um tuíte meu chamou a atenção de um pessoal após o empate por 4 a 4 com o Grêmio, na Neo Química Arena. Na ocasião, citei que, se a diretoria queria ver o "termômetro" do estádio, Luxemburgo estava mantido. Mas o problema disso é a premissa da diretoria, não a reação da torcida.
Ao final da partida, o time foi aplaudido majoritariamente pelos 35 mil presentes ao lugar - eu estava lá e, sinceramente, discordei das palmas para um time que tomou quatro gols em casa e vem tão mal. A constatação, no entanto, não pode trazer culpa para os torcedores. Não pode ser deles a responsabilidade por manter ou terminar um trabalho.
Presente ao jogo, posso afirmar tranquilamente que a torcida foi responsável pela reação nos acréscimos da primeira etapa. "É sangue no olho, tapa na orelha..." começou a ecoar por volta dos 35 minutos, o time cresceu e a música ficou no modo repetir até o encerramento da primeira etapa, com a reação mais incrível do estádio até hoje.
Depois, a torcida ainda viu o time tomar o 4 a 3 de maneira tão fácil quanto o 2 a 0, curtiu o gol de Giuliano e estava extasiada ao final do duelo. O pedido sempre foi por dedicação e raça de quem entrasse em campo e, sinceramente, isso não faltou. Vaiar a performance ali seria injusto - ainda que eu não concorde com os aplausos.
Se a diretoria não confiar mais no trabalho de Luxemburgo, que fale abertamente sobre e tome essa decisão independentemente do resultado, por exemplo, do confronto contra o Botafogo, na sexta-feira. Já são cerca de cinco meses de um trabalho que parece sempre fadado ao que vai acontecer no próximo jogo.
Imagina um cenário em que Yuri Alberto tenha outra grande atuação, Veríssimo vibre na frente da galera, Maycon saia esgotado depois de correr muito... e a decisão da diretoria sobre o futuro do treinador fique condicionada à torcida xingar ou não o grupo depois da partida? Faz algum sentido?
Outra final
Encerro aqui dizendo que o Corinthians assinou uma "extensão" da briga contra o rebaixamento na segunda que pode durar até a última rodada, mas pode praticamente acabar na sexta. Uma vitória contra o Botafogo joga outros seis clubes para o bolo de quem luta contra o descenso e alivia o lado alvinegro antes da semifinal da Sul-Americana. Ou seja, sem poupar nem escolher partida. É decisão!
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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